EM BAIXA

Só 12% dos jovens querem cursar Engenharia

Insegurança em matemática e altos custos são apontados como fatores que afastam futuros profissionais da área.

Foto: Divulgação
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Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Locomotiva, a pedido do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), revelou um dado preocupante para o futuro da inovação no Brasil: apenas 12% dos estudantes do Ensino Médio demonstram interesse em cursar Engenharia. Isso representa cerca de 2,3 milhões de jovens, de acordo com estimativa baseada na PNAD 2024.

Os resultados acendem um alerta: a falta de engenheiros pode comprometer a competitividade e a capacidade de inovação em áreas estratégicas como infraestrutura, energia, tecnologia e indústria.

O levantamento aponta que 79% dos estudantes atribuem às deficiências da educação básica a falta de motivação para iniciar ou concluir a graduação. A disciplina de matemática é o maior obstáculo: a nota média de confiança dos jovens com cálculos é 5,2 (em 10). Entre aqueles que cogitam cursar Engenharia, apenas 16% se dizem muito seguros com cálculos. O levantamento mostra que a preferência dos jovens revela uma mudança de tendência: 49% optam por cursos da área de Humanas e apenas 28% escolhem Exatas.

Além das dificuldades acadêmicas, o alto custo da graduação é apontado como barreira por 8 em cada 10 entrevistados. Entre os que demonstram interesse pela Engenharia, 23% admitem que poderiam desistir por questões financeiras.

O estudo mostra que o desinteresse pela Engenharia vai além de uma escolha pessoal: reflete problemas estruturais na educação e no acesso ao ensino superior, e pode comprometer diretamente a formação de profissionais essenciais para o futuro do Brasil.

Motivos que afastam jovens da Engenharia

46% têm interesse em outras áreas;
22% não se sentem preparados para lidar com cálculos;
8% citam dificuldades financeiras como impeditivo.