Nos últimos dias, a Cacau Show, conhecida por seus chocolates e ampla rede de franquias, virou alvo de polêmica nas redes sociais. Denúncias feitas por ex-funcionários e franqueados colocaram a empresa no centro de acusações que vão desde assédio moral e perseguição corporativa até supostos rituais místicos liderados pelo próprio CEO e fundador, Alexandre Tadeu da Costa.
As revelações surgiram por meio do perfil anônimo “Doce Amargura”, no Instagram, e já foram encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho. Com a repercussão crescente, muitos internautas passaram a se referir à empresa como uma verdadeira “seita” corporativa.
Rituais com velas, cantos e trajes brancos
Segundo os relatos, funcionários e franqueados eram obrigados a participar de cerimônias em salas decoradas com velas, vestidos de branco e descalços, enquanto o fundador entoava cantos. Quem recusava participar dessas práticas alegadamente enfrentava retaliações internas, como perseguição e isolamento.
“Franqueados falidos. Famílias arruinadas. E enquanto vidas são devastadas, o franqueador segue lucrando com a próxima vítima”, diz uma das postagens do perfil.
Acusações de assédio, gordofobia e homofobia
Além dos supostos rituais, o perfil reúne denúncias de assédio moral, gordofobia e homofobia no ambiente corporativo. Ex-colaboradores afirmam que, ao demonstrar insatisfação ou questionar ordens, passaram a sofrer perseguição profissional.
Franqueados relatam represálias e falências forçadas
Diversos franqueados afirmam que, após questionar as decisões da franqueadora, foram retaliados com:
- Envio de produtos próximos do vencimento
- Suspensão de crédito para compras
- Obrigação de pagar à vista por mercadorias
Uma decisão da 25ª Vara Cível de Brasília, assinada pelo juiz Julio Roberto dos Reis, já considerou essas práticas como inconstitucionais e abusivas.
De acordo com o perfil “Doce Amargura”, mais de mil lojas estariam à venda atualmente, o que, segundo os administradores da página, seria consequência de um “ciclo de exploração” dentro da rede.
Vice-presidente teria tentado silenciar denúncias, diz franqueada
Uma das responsáveis pela página afirma que ainda é franqueada da marca e relatou ter recebido a visita do vice-presidente da Cacau Show, Túlio Freitas. Segundo ela, ele teria perguntado o que seria necessário para que as denúncias parassem, o que foi interpretado como tentativa de intimidação. A franqueada tenta, na Justiça, rescindir o contrato com a rede.
O que diz a Cacau Show
Em nota, a empresa declarou:
“Não reconhece as alegações apresentadas pelo perfil Doce Amargura”
Reafirma o compromisso com “confiança, respeito e conexão genuína” com franqueados e colaboradores.
Sobre as visitas do vice-presidente às lojas, a empresa informou que são realizadas de forma profissional e negou qualquer relação com o perfil anônimo.
A empresa não se manifestou diretamente sobre as acusações envolvendo práticas místicas ou rituais.