Brasil

Segundo eleitores, Bolsonaro é o pior e Tebet a melhor

Segundo eleitores, Bolsonaro é o pior e Tebet a melhor

A candidata Simone Tebet
(MDB) foi a candidata mais bem avaliada, enquanto Jair Bolsonaro (PL) foi
considerado o presidenciável com o pior desempenho no primeiro debate
presidencial, mostra pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha com
eleitores indecisos ou que pretendem votar em branco ou anular em outubro.

Com críticas a corrupção nos governos de Jair
Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tebet, quarta colocada na
intenção de votos da última pesquisa Datafolha, foi a melhor avaliada por 43%
dos entrevistados.

+ Bolsonaro vira alvo fácil e se sai pior, segundo Datafolha

Já Bolsonaro teve o pior desempenho para 51% dos
participantes. Em segundo, aparece Lula, com 21%.

O debate organizado por Folha, UOL e TVs
Bandeirantes e Cultura reuniu Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet
(MDB), Luiz Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) na noite
deste domingo (28) na sede da Band em São Paulo.

A pesquisa qualitativa do Datafolha ouviu 64
pessoas, que foram separadas em três salas virtuais enquanto assistiam ao
debate. Elas avaliaram a performance dos candidatos nos três blocos e, ao fim,
elegeram quem se saiu melhor.

Segundo a última pesquisa Datafolha, realizada de
16 a 18 de agosto, 6% dos eleitores têm intenção de votar em branco ou nulo em
outubro e 2% ainda não sabem em quem votar.

No primeiro bloco, quando candidatos responderam a
uma pergunta sobre programas de governo e participaram de uma rodada de
confrontos, Jair Bolsonaro teve a pior avaliação para 41% dos participantes. Já
Lula foi considerado o pior para 21% dos presentes.
Durante o bloco, Bolsonaro atacou Lula sobre
corrupção, enquanto o petista criticou o “abandono da educação” no
atual governo.

Ciro Gomes e Simone Tebet tiveram o melhor
desempenho entre eleitores, sendo indicados por 31%. Bolsonaro foi considerado
o melhor por 11% e Lula, por 6%.
Ciro Gomes criticou o PT ao dizer que os problemas
econômicos não começaram no governo Bolsonaro e atacou duramente Bolsonaro
sobre suas recentes falas em relação à fome no Brasil. Na semana passada, o
presidente questionou dados sobre o tema e disse que não havia “fome para
valer” no país.

+ Tebet parte pra cima de Bolsonaro sobre ações na pandemia

Tebet, por sua vez, afirmou que decretaria
calamidade para criar crédito extraordinário para a saúde, a fim de atender a
pacientes que permanecem com sequelas da Covid-19. “Rico não pode ter
tratamento de saúde de excelência enquanto o pobre morre nos hospitais”,
afirmou.

Disse, ainda, que implementaria um programa de
poupança para estudantes de R$ 5 mil anuais.

No segundo bloco, Tebet manteve a posição de
melhor avaliada entre os indecisos e com intenção de votar em branco. Para 37%,
ela se saiu melhor, seguida de Ciro Gomes, com 22%.

Bolsonaro foi apontado com o candidato com o pior
desempenho para 45% dos entrevistados.

No segundo bloco, ele atacou a jornalista Vera
Magalhães, da TV Cultura, ao afirmar que ela era uma “vergonha para o
jornalismo brasileiro”. Por vários minutos, foi criticado por Tebet e
Soraya por sua postura machista.

Tebet aproveitou para levantar propostas paridade
salarial entre homens e mulheres e dizer que foi ameaçada durante a CPI da
Covid quando investigava a omissão do governo durante a pandemia.

Ela e o pedetista foram os mais bem avaliados nas
suas respostas, com 73% e 71% de ótimo e bom, respectivamente. Lula recebeu 49%
de ótimo e bom e 22% de ruim e péssimo.

No terceiro e último bloco, houve confronto direto
entre os candidatos, com uma rodada de pergunta, resposta e tréplica, além de
uma pergunta para cada um deles sobre o respectivo programa de governo.

“Houve corrupção e tentativa de comprar
vacinas superfaturadas”, disse Tebet referindo-se ao caso da Covaxin, ao
responder Lula, que a questionou sobre a CPI da Covid. Na mesma resposta, ela
destacou a corrupção do governo do petista.

A pesquisa do Datafolha deste domingo não é
representativa da população brasileira e visa mostrar a percepção de eleitores
indecisos sobre seu voto ou que pretendem votar em branco ou nulo em outubro.

A metodologia reuniu cerca de 30 eleitores não
convictos dos três presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas. São
eleitores de Lula (PT), de Jair Bolsonaro (PL) e de Ciro Gomes (PDT). Além
disso, foram incluídos eleitores indecisos de outros candidatos.

A amostra agregou homens e mulheres de 22 a 69
anos, moradores de todas as regiões, escolaridade variada, de ensino
fundamental a superior e renda familiar mensal entre dois e 10 salários
mínimos. Havia eleitores assalariados, autônomos, profissionais liberais,
funcionários públicos, desempregados e estudantes.