VÍTIMA DE FACÇÃO

Quem era Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado inimigo do PCC executado em SP

Saiba como o STF definiu as penas de Jair Bolsonaro e outros sete acusados de integrar o Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado.

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O Governo de São Paulo iniciou uma força-tarefa para encontrar os assassinos do ex-delegado geral da Polícia Civil do estado, Ruy Ferraz Fontes, morto nesta segunda-feira, 15, em uma emboscada no litoral paulista. Ruy tinha 63 anos e dedicou 40 anos à corporação e era considerado um “inimigo nº 1” da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Abaixo você confere uma breve biografia e o histórico do pioneirismo do delegado no combate às atividades da facção.

Ruy Fontes era graduado na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e pós-graduado em Direito Civil na mesma instituição. Iniciou a carreira como delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí e, ao longo dos anos, foi titular em diversas divisões da Polícia Civil de SP. Ele participou de cursos complementares como o Curso Anti-Drogas e Anti-Terrorismo, realizado pelo Ministério do Interior e da Segurança Pública da Polícia Nacional da França. Atualmente, estava aposentado e ocupava o cargo de secretário municipal de Administração da Prefeitura de Praia Grande. 

No início dos anos 2000, atuou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos. Foi nessa divisão que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear a estrutura criminosa. A atuação de Ferraz Fontes foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo.

No mesmo ano, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. 

Ainda em 2019, uma denúncia do Ministério Público de São Paulo apontou uma ordem para executar o delegado, que teria partido do próprio Marcola, principal líder do PCC. Segundo informou o G1, a PC de SP tem duas suspeitas para a motivação do crime: vingança em razão da atuação histórica do ex-delegado contra os chefes do PCC e reação de criminosos contrariados pela atuação dele à frente da Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande.

Pelas redes sociais, o governador Tarcísio Freitas lamentou a morte de Fontes e afirmou que ele “deixou um legado marcante na segurança pública”. O chefe do Executivo paulista frisou que o governo trabalha para identificar e prender os criminosos, “para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, como todo rigor da lei”. 

Com informações do G1