A modelo Jackeline Leite Moreira, de 28 anos, mostra nas redes sociais uma vida luxuosa, com viagens e festas, para os cerca de 11 mil seguidores que a acompanham no Instagram. Horas antes de ser presa pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, nesta quinta-feira, ela compartilhou uma frase motivacional: “Você pode me tirar tudo e ainda assim me despedirei com um sorriso no rosto, porque o que eu tenho não está comigo, está em mim”.
Segundo a investigação, Jackeline era namorada de Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, apontado como o “olheiro” que indicou a localização do delator Antonio Vinicius Gritzbach para os atiradores que o aguardavam na saída do Aeroporto de Guarulhos, em 8 de novembro. De acordo com a diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo, a modelo negou envolvimento com Coelho em depoimento nesta quinta-feira.
Jackeline se descreve como empreendedora e aposta em conteúdos de beleza e moda nas redes sociais. Além de festivais de música como o Tomorrowland, a modelo costuma compartilhar cliques em praias brasileiras. Em uma das abas do perfil, ela mostra detalhes de viagens para cidades como o Rio de Janeiro e Florianópolis.
Além de modelo, ela também se apresenta como bacharel em Direito. Em um dos destaques no Instagram, ela registra o diploma de conclusão de curso na Universidade Nove de Julho (Uninove), de 2021. “A minha MAIOR conquista”, escreve. Em outros conteúdos, ela afirmar ser “mãe de pet” e mostra fotos de gatos.
A delegada afirmou ainda que Kauê chegou a se refugiar na casa da namorada, em Itaquera (Zona Leste da capital), após deixar o aeroporto no dia do crime. Depois, os dois passaram a noite em um motel.
Na ocasião, segundo o depoimento da mulher, o suspeito entregou a ela o celular que havia utilizado no crime, mas já com os dados apagados. O aparelho foi apreendido e passará por perícia para que os investigadores tenham acesso às conversas que Kauê manteve com os assassinos de Gritzbach.
Kauê fugiu para o Rio de Janeiro no dia seguinte ao crime e está foragido. Segundo os investigadores, ele se refugiou na favela da Vila Cruzeiro e recebia ajuda para evitar locais onde pudesse ser preso. Os policiais receberam a informação de que ele pretendia passar o revéillon em uma viagem com amigos à Praia de Carneiros, em Pernambuco, e chegaram a viajar ao local na véspera do Ano Novo, mas o suspeito não apareceu por lá.
Além de Jackeline, já está preso Matheus Soares Brito, de 19 anos, acusado de ter ajudado Kauê tanto antes do crime quanto depois, levando roupas para ele no Rio de Janeiro e ajudando o suspeito a trocar de celular. Também foi preso Matheus Augusto de Castro Mota, que teria disponibilizado o carro para a fuga do “olheiro” para o Rio.
A polícia busca ainda Diego dos Santos Amaral, conhecido como Didi, e um quarto suspeito que não teve a identidade divulgada e que também teria auxiliado na fuga de Kauê. Esse homem, segundo a diretora do DHPP, já foi rastreado e teve a ordem de prisão autorizada pela Justiça.
Texto de: Luis Felipe Azevedo (AG)