DADOS OFICIAIS

Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, mostra Mapa da Segurança Pública

O relatório mostra que o feminicídio permaneceu relativamente estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. Foi de 1.449 para 1.459 casos

Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, mostra Mapa da Segurança Pública Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, mostra Mapa da Segurança Pública Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, mostra Mapa da Segurança Pública Quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil, mostra Mapa da Segurança Pública
O relatório mostra que o feminicídio permaneceu relativamente estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. Foi de 1.449 para 1.459 casos
O relatório mostra que o feminicídio permaneceu relativamente estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. Foi de 1.449 para 1.459 casos Foto: Marco Verch/ Flickr

A violência doméstica contra mulheres cresceu em 2024. O número consta no Mapa da Segurança Pública divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Governo Federal. Foram 648 tentativas de homicídio no período, um salto de 16,10% ante 2023. Índices de feminicídio e lesão corporal seguida de morte também registraram altas.
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O QUE MOSTRA O MAPA DE SEGURANÇA PÚBLICA
O relatório mostra que o feminicídio permaneceu relativamente estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. Foi de 1.449 para 1.459 casos, o equivalente a quatro vítimas por dia. Desde 2020, verifica-se um crescimento gradual no número absoluto de feminicídios no país.
O município com mais vítimas foi o Rio de Janeiro, com 51 casos registrados. Foi seguido por: São Paulo (51), Manaus (16), Teresina (12) e Campo Grande (11).
A quantidade de estupros obedeceu a mesma tendência e oscilou 1,11% para cima, com 83.114 casos, ante 82.204 no período anterior. Foram 227 vítimas por dia, sendo 86% do sexo feminino.
O Sudeste apresentou uma maior concentração de estupros em números absolutos, com 29.007 registros em 2024. Na análise de proporção em relação à quantidade de habitantes, o destaque foi a região Norte, que liderou com a maior taxa do país, de 62,44%, seguida pelo Centro-Oeste, com 57,73%.
Já os casos de homicídio doloso com vítimas do sexo feminino caíram 8,78%, para 2.422. Por outro lado, as tentativas de homicídio saltaram 16,10% e as lesões corporais seguidas de morte, 13,73%.

ASSASSINATOS
O número de homicídios dolosos, independentemente do sexo, caiu 6,33% em 2024, para 35.365, o equivalente a 97 vítimas por dia. O Rio de Janeiro foi a cidade com o maior número de vítimas no ano: foram 1.053. Foi seguida por Salvador (864), Fortaleza (864), Manaus (801) e Recife (583).
No recorte por região, o Nordeste lidera, com 16.022 vítimas. Na sequência vêm Sudeste (9.274), Norte (4.249), Sul (3.451) e Centro-Oeste (2.369).
Registros de tentativas de homicídio, por outro lado, subiram 7,47%, para 40.874, que equivale a 112 casos diários. As lesões corporais seguidas de morte também tiveram alta: de 593 vítimas em 2023 para 729 em 2024, um aumento de 22,93%.
Já os latrocínios (roubos seguidos de morte) caíram. Foram 972 vítimas em 2023 e 956 vítimas em 2024. A redução de 1,65% equivale a três vítimas por dia.

VIOLÊNCIA POLICIAL

As mortes por intervenção de agente de estado caíram 4,02% no período, de 6.391 em 2023 para 6.134 em 2024, ou 17 vítimas por dia. O estado com mais casos registrados foi a Bahia, com 1.557. São Paulo (813), Rio de Janeiro (699), Pará (597) e Goiás (381) aparecem na sequência.
Ao considerar a taxa por 100 mil habitantes, a situação mais crítica foi no Amapá, com 17,06%. Depois vêm Bahia (10,48%), Pará (6,89%), Sergipe (6,33%) e Mato Grosso (5,58%).
As mortes violentas de profissionais de segurança pública também subiram: alta foi de 6,77% em 2024. Foram 205 vítimas no período, sendo a maioria policial militar: 70,24%.
O pior quadro foi registrado no Rio de Janeiro, com 70 mortes. Em seguida aparecem São Paulo (32), Pará (25), Ceará (17) e Bahia (11).
Outro dado que chama atenção é o número de suicídios de agentes do estado, que atingiu 148 casos no ano passado, o maior número da série histórica iniciada em 2020. O valor representa um crescimento de 9,63% em relação a 2023, quando foram contabilizados 135 casos. Na população em geral foram 16.218 suicídios no período, alta de 1,44% ante o ano anterior.

Estatísticas de Trânsito e Criminalidade

As mortes no trânsito ou em decorrência dele subiram expressivamente em 2024: 8,94%, para 26.138, fazendo 71 vítimas por dia. Os piores índices foram observador no Rio (706), em São Paulo (657), Recife (179), Fortaleza (176) e Manaus (174).
Já os furtos de veículos caíram 2,64%, segundo os dados. Foram de 220.950 em 2023 para 215.121 em 2024, totalizando 588 ocorrências diárias. Redução se deu mesmo diante de um aumento de 3,98% na frota.
Os roubos seguiram a mesma curva e desceram 6,10%, com 127.165 ocorrências. O estado de São Paulo foi o mais afetado, com 31.696 registros, seguido do Rio de Janeiro (30.934), Pernambuco (11.662), Bahia (11.072) e Ceará (6.587).

TRÁFICO DE DROGAS
O tráfico de drogas também se manteve estável de um ano para o outro, com pequena alta de 0,61%, para 182.951 ocorrências por dia. Em números absolutos, a pior situação foi em São Paulo (37.753), Minas Gerais (23.785), Rio de Janeiro (21.017), Rio Grande do Sul (16.573) e Paraná (13.343).

Como denunciar Casos de Violência

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 —Central de Atendimento à Mulher— e pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.