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Quais crimes os influenciadores podem responder por divulgar o “jogo do tigrinho”

O consumidor não pode ser influenciado a consumir algum produto ou serviço com base em informações falsas ou deturpadas, afirma a advogada Dra. Lorrana Gomes
O consumidor não pode ser influenciado a consumir algum produto ou serviço com base em informações falsas ou deturpadas, afirma a advogada Dra. Lorrana Gomes

Com o debate pela regulamentação de jogos de azar no Brasil há também uma série de processos criminais em andamento contra um dos jogos mais famosos e polêmicos do momento, o “jogo do tigrinho”.

O “Fortune Tiger” é um tipo de cassino online em espécie de caça níquel promovido por influenciadores e jogadores que divulgam estratégias para ganhar grandes prêmios rapidamente.

O que a lei diz sobre jogos de azar?

Jogos como este, baseados exclusivamente na sorte do usuário, são classificados como jogos de azar pela Lei de Contravenções Penais e participar deles é considerado um delito de menor potencial ofensivo, de acordo com a legislação brasileira.

No caso exclusivo do “jogo do tigrinho” há o agravante de estar presente em plataformas clandestinas, diferente de plataformas legalizadas conhecidas como “bets”.

 

A propaganda enganosa de influenciadores

A polícia tem realizado diversas operações contra o jogo que usa como base do seu marketing, propagandas feitas por influenciadores digitais que usam ac chamadas “versões demo” do jogo, que está condicionada a ter respostas positivas e trazer ganhos financeiros, o que mostra uma falsa imagem de facilidade para ganhar dinheiro.

 

De acordo com a advogada e consultora jurídica, Dra. Lorrana Gomes,  do escritório L Gomes Advogados, quando o consumidor é influenciado a consumir um produto ou serviço com base em informações falsas ou deturpadas, o ato é considerado propaganda enganosa.

 

Segundo o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor a ‘comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços’ é considerada propaganda enganosa”.

 

Por isso, usar uma versão diferente da disponibilizada para os consumidores é considerado propaganda enganosa pois influencia a escolha do comprador. O crime pode causar detenção de três meses a um ano e pagamento de multa”, explica.