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PT vai tirar segurança de Lula do GSI, reduzindo poder da pasta

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou na manhã deste sábado (25) por uma bateria de exames no Hospital Sírio Libanês, em Brasília. Foto:  Divulgação
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou na manhã deste sábado (25) por uma bateria de exames no Hospital Sírio Libanês, em Brasília. Foto: Divulgação

Marianna Holanda, Julia Chaib e Nathalia Garcia/Folhapress

O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu que a segurança pessoal do presidente da República não ficará mais sob cuidados do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

A avaliação é de que a pasta foi aparelhada por aliados de Bolsonaro e que impõe risco à segurança do petista.

Após a posse, de forma inédita nos últimos anos, a Polícia Federal continuará fazendo proteção aproximada de Lula até uma reestruturação definitiva. A Folha apurou que o delegado federal Alexsander Castro Oliveira será o responsável pelo trabalho.

Hoje a prerrogativa da segurança presidencial como um todo é do GSI, que está sob o comando de Augusto Heleno, aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro (PL).

Por avaliar que a pasta está repleta de bolsonaristas descontentes com a eleição do petista, a equipe da PF com Lula tem centralizado a segurança do futuro mandatário e escanteou a equipe de Heleno de participar dos cuidados da posse.

Via de regra, uma vez empossado, o petista ficaria sob os cuidados do GSI até que o novo ministro e sua equipe assumam os cargos oficialmente.

Agora, o PT também definiu que o GSI não cuidará da segurança de Lula empossado, mesmo que por um dia. As nomeações na Esplanada dos Ministérios começam a sair no Diário Oficial da União no dia 1º de janeiro, e as posses acontecem no dia seguinte.

O plano do novo governo é fazer uma reestruturação logo no início do mandato. Segundo petistas, está em estudo a possibilidade de editar um decreto para oficializar a mudança. O texto seria publicado assim que Lula tomasse posse.

A PF será comandada por Andrei Augusto Passos Rodrigues. O delegado é desde o início da campanha o responsável pela segurança do petista.

Se antes houve resistência entre integrantes do gabinete de transição a respeito da mudança, hoje ela é consenso.

A proposta consta no relatório do grupo de inteligência, que também sugeriu a retirada da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) do GSI. Integrantes do governo eleito dizem, no entanto, que a parte da Abinnão está madura e ficará para um segundo momento.

A equipe de Lula passou a falar de uma estrutura provisória de segurança, nas palavras do futuro ministro da Casa Civil e governador da Bahia, Rui Costa (PT).

“Nós teremos uma estrutura provisória que continuará dando segurança ao presidente até a reestruturação definitiva, que ele definirá qual é mais à frente”, disse Costa, na terça-feira (20), na chegada ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), local escolhido para a transição de governo.