Na última segunda-feira, 11 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no Palácio do Planalto, as lideranças dos grupos de engajamento do G20, o principal fórum de cooperação econômica internacional. Durante a reunião, representantes da sociedade civil apresentaram suas reivindicações, que serão levadas aos chefes de Estado na Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.
As discussões promovidas pelos grupos de engajamento ao longo deste ano fazem parte da agenda do G20 Social, uma iniciativa inédita da presidência brasileira do G20. A primeira cúpula do G20 Social ocorrerá entre 14 e 16 de novembro, também no Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, essa nova trilha social foi criada para ampliar a participação da sociedade civil no processo de formulação de políticas públicas, ao lado das trilhas geopolítica e econômica tradicionais do G20. “Essa iniciativa busca dar visibilidade e voz a grupos organizados ao redor do mundo, ampliando a contribuição de diversos setores para as políticas que serão debatidas pelos chefes de Estado”, afirmou Macêdo.
A Diversidade dos Grupos de Engajamento
O G20 é composto por 13 grupos de engajamento que abordam uma gama de temas cruciais, como juventude, cidades, parlamentos, além de dois grupos não oficiais: o G20 Favelas e o Favelas 20 (F20). Todos esses grupos trabalharam durante o ano para produzir documentos sobre seus temas específicos, que integrarão um caderno de anexos que acompanhará um documento síntese, a ser aprovado na plenária final do G20 Social, no dia 16 de novembro.
O cofundador do F20, Rene Silva, destacou que as demandas do grupo são resultado de um trabalho coletivo com mais de 300 lideranças do Brasil e do exterior, reforçando a importância de dar voz às populações das favelas, periferias, quilombos e aldeias. “Entregamos o nosso documento ao presidente Lula, para que nossa voz chegue até a Cúpula do G20 Social, para que possamos garantir que as demandas das favelas e comunidades marginalizadas sejam ouvidas e consideradas nas decisões globais”, afirmou Silva.
Direitos das Mulheres
A coordenadora do grupo W20, Ana Fontes, que representa as mulheres no G20, destacou a elaboração de um documento focado em cinco eixos estratégicos para transformar a realidade das mulheres. As propostas incluem enfrentamento à violência, maior participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), incentivo ao empreendedorismo feminino, promoção da justiça climática com perspectiva de gênero e valorização da economia do cuidado. Fontes também ressaltou que todas as iniciativas consideram as questões raciais e étnicas, ampliando a representatividade de mulheres de diferentes origens.
Inclusão Social
Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (Cufa) e líder do G20 Favelas, apontou que o grupo realizou mais de 3 mil conferências ao longo do ano, com o objetivo de promover maior inclusão social nos debates globais. Com contribuições de favelas de diversos países, Zezé entregou ao presidente Lula um documento que será apresentado aos chefes de Estado durante a Cúpula do G20. “Esperamos que este seja o início de uma nova página para as favelas no mapa do debate global”, declarou o líder comunitário.
O Papel do Brasil no G20
O Brasil assume a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Com a presidência brasileira, o G20 amplia sua agenda além das questões macroeconômicas, passando a incluir temas como comércio, saúde, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e combate à corrupção. O Brasil busca dar continuidade ao fortalecimento do multilateralismo, com foco na inclusão social e na promoção de um desenvolvimento mais justo e sustentável para todos.
O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), além de dois organismos regionais: a União Africana e a União Europeia. Juntos, os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio internacional e dois terços da população global.
Fonte: Agência Gov