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Presidente do Ibama diz que decisão sobre Foz do Amazonas sai em 2024

Presidente do Ibama diz que decisão sobre Foz do Amazonas sai em 2024 Presidente do Ibama diz que decisão sobre Foz do Amazonas sai em 2024 Presidente do Ibama diz que decisão sobre Foz do Amazonas sai em 2024 Presidente do Ibama diz que decisão sobre Foz do Amazonas sai em 2024
Em maio, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou parecer técnico do órgão e negou licença para a Petrobras perfurar a bacia Foz do Amazonas.Foto: Semas/divulgação
Em maio, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou parecer técnico do órgão e negou licença para a Petrobras perfurar a bacia Foz do Amazonas.Foto: Semas/divulgação

RENATO MACHADO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais), Rodrigo Agostinho, afirmou nesta quarta-feira (22) que a resposta do órgão ao pedido da Petrobras para perfurar e prospectar petróleo na bacia Foz do Amazonas deve sair no início de 2024.

Agostinho participou de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, secretários da pasta e representantes dos diferentes biomas brasileiros.

O encontro foi solicitado pelo próprio Lula, para alinhas principalmente a posição brasileiro de enfrentamento aos crimes ambientais, às vésperas da COP28, nos Emirados Árabes Unidos. Um dos pontos da discussão foi a questão dos planos para enfrentamento a desmatamento nos biomas brasileiros

A fala de Agostinho sobre a perfuração da Foz do Amazonas aconteceu ao ser questionado por jornalistas, após o encontro.

“A equipe [do Ibama] está analisando. Não tem ainda uma conclusão. A equipe concluiu agora vários processos de licenciamento, a maior parte deles da Petrobras. Hoje, existem mais de cem processos da Petrobras tramitando com o Ibama”, afirmou Agostinho.

“Então, o Ibama está fazendo um trabalho prioritário em relação a isso. E, provavelmente, no começo do ano, a gente tenha alguma resposta relacionada a esse pedido específico, que é o lote 059, localizado na região conhecida como foz do Amazonas. Nós ainda não temos uma conclusão disso, a gente sabe que a Petrobras continua realizando estudos”, completou.

A questão de prospectar combustíveis na região conhecida como Foz do Amazonas vem provocando uma divisão no governo Lula há mais de seis meses. A possibilidade de avançar com os estudos na área coloca de um lado a ala mais ligada ao Meio Ambiente e de outro a ala política e também o Ministério de Minas e Energia.

Em maio, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou parecer técnico do órgão e negou licença para a Petrobras perfurar a bacia Foz do Amazonas.

A decisão foi tomada após o Ibama demonstrar preocupação com as atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade socioambiental. Faltavam estudos que comprovassem que a exploração de petróleo não terá impacto ambiental, segundo o Ibama.

A Petrobras pediu reconsideração da decisão posteriormente, enviando uma série de novos documentos e estudos sobre a questão. Apresentou, por exemplo, a proposta de reforçar a quantidade de balsas na região, para evitar que um eventual vazamento chegasse até a região amazônica.

A pedido do Ministério das Minas e Energia, AGU (Advocacia-Geral da União) concluiu em agosto um parecer jurídico que abre caminho para que o governo avance com os estudos e a consequente exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas.

A advocacia, no documento, conclui que não é obrigatória a realização de uma AAAS (avaliação ambiental de área sedimentar) para a emissão de licença de perfuração no bloco 59 da bacia.

A ministra Marina Silva, por outro lado, afirmou dias após a emissão do parecer que a AAAS não é uma condicionante para a liberação da licença e que a avaliação do pedido da Petrobras seguirá critérios técnicos.

“O Ibama nunca disse que era [condicionante]. Disse que é uma ferramenta de planejamento que com certeza ajuda nos processos de licenciamento. Posso fazer com uma lente ampliada, olhando para os empreendimentos da bacia [da Foz do Amazonas]”, disse a ministra, durante audiência no Senado.

Em relação à conversa com o presidente nesta quarta-feira (22), Marina Silva disse que o Brasil vai manter a posição de levar para a COP o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

“O Brasil vai para a COP28 de 1,5°C, nem um pouco a mais, em relação à mudança da temperatura da Terra”, afirmou a ministra, para jornalistas.

O governo, no entanto, afirma que vai manter uma agenda de uma transição justa, que leve em conta as necessidades dos países em desenvolvimento.
Marina também disse que o plano de combate a crimes ambientais no cerrado já está pronto para ser lançado. A ministra também reforçou a intenção de decretar emergência climática em 1.038 municípios.