
A prática de evitar carne vermelha durante a Quaresma, período que antecede a Semana Santa, desperta curiosidade em quem não segue a religião católica ou não está familiarizado com seus costumes. Mas essa tradição, que existe há séculos, tem base nas escrituras sagradas e nas orientações da Igreja.
Carne na Semana Santa: pode ou não comer?
Ao contrário do que muitos pensam, a abstinência de carne não se limita apenas à Sexta-Feira Santa. De acordo com o Código de Direito Canônico, todas as sextas-feiras do ano devem ser dedicadas à penitência, seja evitando carne vermelha ou substituindo-a por outro alimento.
A carne não é proibida, mas recomenda-se que os fiéis a substituam, especialmente a de animais de sangue “quente”. Essa prática está ligada ao jejum e à reflexão, seguindo os ensinamentos da Igreja.
O que diz o Código Canônico?
- Cânone 1250: Todas as sextas-feiras do ano e o período da Quaresma são tempos de penitência.
- Cânone 1251: A abstinência de carne (ou outro alimento determinado) deve ser observada às sextas-feiras, exceto em solenidades. O jejum é obrigatório na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa.
- Cânone 1252: A abstinência é obrigatória a partir dos 14 anos, enquanto o jejum é recomendado para fiéis entre 18 e 58 anos.
O Significado do Peixe na Quaresma
O peixe como alternativa
O peixe, considerado um alimento mais simples e acessível, tornou-se uma opção tradicional durante a Quaresma. Além da facilidade de encontrá-lo em mercados e feiras, ele tem um significado simbólico: está associado aos milagres de Jesus, como a multiplicação dos pães e peixes.
Assim, a abstinência de carne vai além de um simples costume – é um gesto de penitência e reflexão, seguindo uma tradição que une fé e disciplina espiritual.