A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amapá (FICCO/AP), como apoio do GAECO/MP-AP, deflagrou na manhã desta terça-feira (3/10), a Operação Cerberus, com o cumprimento de doze mandados judiciais, sendo nove de busca e apreensão e três de prisão preventiva.
A ação é um desdobramento da Operação Desunião, deflagrada em 25 de agosto de 2022, onde foi identificado um grupo em aplicativo de mensagens que tinha a finalidade de organizar tráfico de drogas de membros de facção atuantes em Macapá (AP).
Nesse grupo, os indivíduos combinavam valores a serem pagos para auxiliar nas despesas da facção criminosa. Eles também abriam espaço para uma espécie de “ouvidoria”, onde os integrantes poderiam dar sugestões administrativas aos líderes, referentes às decisões que envolviam, desde medidas para incrementar o tráfico de drogas, até aplicação de penas/castigo no denominado “tribunal do crime”.
A FICCO/AP conseguiu identificar a nova hierarquia da facção criminosa e aprofundar nas investigações contra esses líderes, que além de gerenciar a organização e controlar questões financeiras e disciplinares, também possuem fortes indícios de serem os responsáveis pela distribuição de armas e drogas aos traficantes locais, sobretudo nos bairros Santa Inês e Perpétuo Socorro.
Considerado como uma liderança da facção, um dos indivíduos foi localizado no estado do Pará, onde possivelmente estava estreitando laços com outras organizações criminosas, visando aumentar o poder bélico da facção para fortalecer o grupo em disputas de território no Amapá.
Segundo a PF, os suspeitos podem estar relacionados diretamente com a guerra entre as facções criminosas atuantes no estado, responsável pelo aumento da violência no Amapá.
A facção criminosa vinha atuando com muita intensidade nas regiões centrais de Macapá, entre os bairros Perpétuo Socorro e Pacoval. “Toques de recolher” vinham sendo impostos para a população desses bairros. Eles também podem estar ligados a uma série de crimes violentos contra desafetos, executando e mutilando seus rivais no tráfico.
Um mandado de busca e apreensão e também um de prisão preventiva foi cumprido em Belém contra o indivíduo que supostamente chefiava a facção. Ele estava na casa de um Policial Militar, que também foi preso.
Já em Macapá, as demais medidas judiciais foram cumpridas nos bairros Congós, Trem, Jardim Marco Zero, Pedrinhas e Bairro dos Ipês. Um mandado de prisão preventiva foi cumprido no IAPEN, contra um interno daquele estabelecimento.
Os investigados deverão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e tráfico de armas. Caso condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Fazem parte da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amapá (FICCO/AP) a Polícia Federal, PRF, PM, PC, IAPEN e SEJUSP.