No mesmo dia
em que voltou a ter acesso a armamento, um soldado da Polícia Militar do Paraná
matou sua ex-mulher a tiros em Curitiba. Além disso, poucas horas antes do
crime, a vítima procurou a corregedoria da corporação para informar que havia
obtido uma medida protetiva contra o agressor.
O crime
ocorreu nesta terça-feira (13). Imagens de câmeras de segurança mostraram o
momento em que o soldado Dyegho Henrique Almeida da Silva, 33, que estava em
uma moto, fechou o carro da ex-mulher e atirou contra ela.
A vítima,
Franciele Cordeiro e Silva, 28, estava acompanhada de sua filha de 11 anos, que
conseguiu sair do veículo antes dos disparos.
Após efetuar
os disparos, o soldado ficou por cerca de quatro horas no carro em que a
ex-mulher estava. Ele negociava com policiais para se render, porém cometeu
suicídio.
Em
entrevista concedida nesta quarta (14), a PM disse que o soldado chegou a ficar
afastado no início deste ano devido a questões psicológicas. Ele retornou ao
trabalho em abril, atuando na área administrativa, atendendo chamados no Centro
de Operações Policiais Militares (Copom).
Nesta terça
(13), Dyegho voltou a ter acesso a armamento, após ser liberado em uma nova
avaliação psicológica.
De acordo
com o major Luciano Cordeiro, chefe do Copom, o policial não havia apresentado
qualquer tipo de alteração de comportamento em serviço, tendo sempre uma boa
conduta.
Ainda
segundo a polícia, no último domingo (11) Franciele foi à Delegacia da Mulher
para solicitar uma medida protetiva contra Dyegho. No entanto, esta ainda não
havia sido notificada ao agressor.
Franciele
chegou a procurar a Corregedoria-Geral da PM poucas horas antes do crime, para
informá-la sobre a medida protetiva.
Segundo a
capitã Carolina Pauleto Zancan, não houve tempo para evitar a tragédia.
“É
importante pontuar, que se tivesse tido um pouco mais de tempo, talvez essa
situação pudesse ter sido trabalhada com uma questão de prevenção, mas
infelizmente foi tudo muito rápido”, afirmou a capitã.
A Polícia
Militar disse que se solidariza com os familiares das vítimas e lamenta o
ocorrido. “Todos os procedimentos de segurança foram adotados pelas
equipes policiais desde a primeira intervenção e as tratativas foram feitas de
forma incessante”, disse a corporação.
O comandante
do 12º Batalhão da Polícia Militar, major Carlos Alberto Rocha, afirmou que os
policiais que atenderam a ocorrência seguiram todos os procedimentos
recomendados, mas não foi possível evitar a tragédia.