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PM diz que polícia deveria liberar invasões na Esplanada, aponta mensagem

Em mensagem, Silvestre diz que PM deveria liberar invasões, em caso de manifestações na Esplanada

FOTOs: reprodução e marcelo camargo / Agência Brasil
Em mensagem, Silvestre diz que PM deveria liberar invasões, em caso de manifestações na Esplanada FOTOs: reprodução e marcelo camargo / Agência Brasil

Reynaldo Turollo Jr. e Patrik Camporez/Agência Globo

 

Comandante das tropas no dia 8 de janeiro, o major da Polícia Militar do Distrito Federal Flávio Silvestre de Alencar foi preso preventivamente nesta terça-feira na 12ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. Ele já havia sido preso em fevereiro deste ano, durante a 5ª fase da mesma operação.

Como mostrou a coluna de Bela Megale, no GLOBO, a PF encontrou mensagens em que Alencar afirma, em um grupo de WhatsApp com militares, que “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”. O texto foi enviado por ele em 20 de dezembro, poucas semanas antes dos ataques golpistas à sede dos três Poderes.

Alencar era comandante em exercício do 6º Batalhão, que atua na Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.

Um vídeo de câmeras de segurança na Esplanada mostrou o major da PM entrando em uma viatura da corporação no dia 8 de janeiro no momento em que a barreira formada para conter os manifestantes recua.

À PF, em depoimento anterior, ele relatou ter achado “muito estranho ter sido convocado” para comandar o efetivo naquele dia, já que, por ser major, “comumente comanda o efetivo em manifestações pequenas, por exemplo de estudantes”. Segundo ele, geralmente quem atua em grandes manifestações tem a patente de tenente-coronel ou de coronel.

O major também afirmou, anteriormente, que “o número de policiais não era suficiente para conter os manifestantes” e que “se tivesse recebido qualquer informação a respeito da radicalidade dos manifestantes o efetivo de policiais teria que ser superior”. Ele acrescentou que, dos 311 policiais que estavam sob seu comando, “cerca de 178 eram oriundos do curso de formação, ou seja, sem qualquer experiência de campo”.

Segundo a Polícia Federal, o objetivo da 12ª operação é identificar pessoas que participaram, financiaram, se omitiram ou fomentaram os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três poderes.

Além da prisão do major, os agentes da Polícia Federal cumpriram ontem quatro mandatos de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).