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PIB do Brasil cresce 0,9% no 2º trimestre

Setor de serviços e o consumo das famílias foram os responsáveis pelo bom desempenho da economia

FOTO: wagner santana
Setor de serviços e o consumo das famílias foram os responsáveis pelo bom desempenho da economia FOTO: wagner santana

Eduardo Cucolo e Stéfanie Rigamonti/Folhapress

 

Esse foi o segundo trimestre consecutivo em que a economia cresceu acima do esperado, apesar de o número representar uma desaceleração em relação ao crescimento registrado nos três primeiros meses do ano (dado revisado de 1,9% para 1,8%), quando o resultado foi puxado por um desempenho do agronegócio.

Segundo a agência Bloomberg, analistas de instituições financeiras e consultorias estimavam avanço de 0,4% na comparação com o primeiro trimestre e de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Do ponto de vista da produção, o resultado foi puxado pelo setor de serviços e pela indústria extrativa (petróleo, gás e minério de ferro).

Pela ótica da demanda, destaca-se o consumo das famílias, influenciado por uma melhora no mercado de trabalho, medidas do governo que elevaram a renda das famílias, queda na inflação e crescimento do crédito, apesar dos juros altos e do endividamento dos brasileiros.

O resultado do semestre já garante um crescimento de 3,1% no acumulado deste ano (o chamado “carry over” ou carregamento estatístico, que considera a hipótese de um PIB estável no segundo semestre).

Com isso, aumentaram as chances de um número maior que a expansão de 2,9% verificada em 2022, algo que não estava no radar dos economistas no começo deste ano. Esse foi o oitavo resultado positivo consecutivo do indicador nessa comparação. Segundo o IBGE, a atividade econômica está 7,4% acima do patamar pré-pandemia e continua no ponto mais alto da série histórica.

A alta do segundo trimestre é explicada pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%), segundo o instituto. “O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, diz a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

A agropecuária foi o único dos três grandes setores da economia a recuar no trimestre (-0,9%). A retração vem após o avanço de 21,0% no primeiro trimestre e se deve, principalmente, à base de comparação elevada. “Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre”, afirma Palis.

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,4%. A agropecuária avançou 17%, o melhor resultado entre os setores. Essa alta é relacionada ao bom desempenho de alguns produtos como a soja, o milho, o algodão e o café. As estimativas da pecuária também contribuíram com o resultado, segundo o IBGE.