No relatório final sobre a trama golpista, a Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados deixaram o Brasil no fim de 2022 para evitar uma prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas no dia 8 de janeiro de 2023.
Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento dos atos do 8 de janeiro e mantinha contato com os financiadores dos acampamentos em frente aos quartéis.
Para sustentar a alegação do conhecimento de Bolsonaro sobre o 8 de janeiro, os investigadores da PF usam uma troca de mensagens do então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, com o também militar Sérgio Cavaliere –ambos indiciados.
Segundo o relatório da PF, em um diálogo realizado em 4 de janeiro de 2023, Cavaliere questiona Cid se há algo para acontecer. Em resposta, o então ajudante de ordens de Bolsonaro encaminha duas mensagens que foram apagadas e complementa que é algo “bom”.
“No dia 04/01/2023, Cavaliere pergunta se “Ainda tem algo para acontecer?”, referindo-se, possivelmente, a uma ruptura institucional. Mauro Cid encaminha duas respostas, que foram apagadas. Diante do conteúdo das mensagens apagadas, Cavaliere indaga: “Coisa boa ou coisa horrível?” e em seguida diz: “Bom”.
Mauro Cid em resposta à pergunta de Cavaliere diz: “Depende para quem. Para o Brasil é boa”, diz o relatório da PF sobre o diálogo.
A PF afirma ainda que núcleos próximos de Bolsonaro mantinham frequentes contatos com os financiadores dos acampamentos em frente aos quartéis que culminaram no atos do 8 de janeiro.
CAIO CRISÓSTOMO/BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)