O relatório final da Polícia Federal sobre o uso político da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na gestão Jair Bolsonaro (PL) inclui “potencialmente” o ex-presidente no núcleo político da organização criminosa acusada de estar por detrás da conduta ilícita do órgão.
De acordo com a apuração, este núcleo foi o “responsável por definir as diretrizes estratégicas da ORCRIM [organização criminosa], determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações. Era o centro decisório e o principal destinatário das ‘vantagens’ ilícitas (manutenção no poder, ataque a adversários)”.
Esse núcleo político também seria composto pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.
No último dia 12, a PF entregou o documento ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o indiciamento de 36 pessoas, incluindo Carlos, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da agência.
O nome de Jair Bolsonaro não constou nessa lista de indiciados, embora o documento atribua ao ex-presidente indícios de conduta criminosa.
De acordo com o relatório, o indiciamento deixou de ser feito pelo fato de Bolsonaro já ter sido indiciado em outro inquérito sob suspeita de organização criminosa, não podendo ser alvo de imputação criminosa novamente por esse delito.
Investigação da Polícia Federal e o Envolvimento de Jair Bolsonaro
MARCELO ROCHA