LUCAS MARCHESINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Petrobras pretende entrar com um novo pedido de licenciamento ambiental para perfurar um poço de petróleo na bacia da Foz do Amazonas se o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mantiver a negativa à solicitação já feita.
Caso o novo pedido seja necessário, a estatal pedirá também à ANP (Agência Nacional do Petróleo) uma dilação do prazo para perfurar o poço, que hoje é até agosto de 2024.
No mês passado, o Ibama negou um pedido da petrolífera com o argumento de que havia problemas no projeto da estatal. A Petrobras alterou os pontos elencados pelo órgão ambiental e fez um pedido de reconsideração.
A negativa abriu uma crise no governo, que se divide quanto ao projeto. Com a negativa, o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), favorável à exploração nas águas profundas da costa do Amapá, deixou a Rede, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O plano prioritário da Petrobras ainda é conseguir a autorização para fazer a perfuração e analisar a viabilidade da exploração comercial do poço no locall.
Para isso, a estatal aumentou um ponto de recuperação de fauna e flora atingidos por vazamentos de óleo em Oiapoque (AP) e alterou rotas de voos para minimizar problemas de ruídos de aeronaves para comunidades tradicionais da região.
Enquanto aguarda um aval do governo, a Petrobras deve desmobilizar nesta semana a sonda que está no local da perfuração por exigência do Ibama. Ela seguirá para o Sudeste, onde a estatal planeja perfurar dois poços com o mesmo equipamento.
Não há prazo para a resposta do Ibama e uma reversão no envio da sonda para outra região só acontecerá se o órgão der uma resposta positiva até esta sexta-feira (9).
A sonda onde está hoje custa R$ 3,4 milhões por dia à Petrobras. Ao todo, a companhia já gastou R$ 1,2 bilhão com o projeto envolvendo a exploração comercial de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.
A Bacia da Foz do Amazonas entrou no radar da Petrobras depois de descobertas gigantes de petróleo na Guiana e no Suriname, o que tornou mais promissora a margem equatorial brasileira -conjunto de cinco bacias sedimentares que se estende por 2.200 km, do Rio Grande do Norte ao Amapá.