Desde o início da pandemia da Covid-19, o uso de máscaras ajudou grande parte da população a se proteger contra o coronavírus. Mesmo em um cenário de maior controle da doença, as máscaras continuaram presente na rotina dos brasileiros.
Porém, o número de pessoas que abandonam a proteção vem crescendo, revelou uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o estudo, um em cada três brasileiros não usa mais o acessório diariamente.
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Com a queda no número de casos de Covid-19 e a flexibilização das medidas de segurança sanitária em todo o país, as máscaras começaram a sumir do rosto das pessoas. A pesquisa do CNI afirma que o transporte público é o único local entre os pesquisados em que mais da metade da população mantém o hábito adquirido na pandemia.
Em ambientes como academias, cinema, shows, bares ou restaurantes, as máscaras são usadas apenas por 25% ou menos dos frequentadores.
BELÉM
Pelas ruas de Belém, o cenário também não é tão diferente do restante do país, levando em consideração a análise feita pela CNI.
Muita gente parece, de fato, ter abandonado as máscaras, que também estão sendo recomendadas para enfrentar uma nova doença: a varíola dos macacos ou monkeypox, como também é conhecida, e que pode ser transmitida através de gotículas. Na capital paraense, três casos foram confirmados em pacientes que adquiriram o vírus sem sair da cidade.
A empresária Kátia Nascimento, 57, conta que desde a inclusão das máscaras de proteção nos protocolos de segurança contra a Covid-19, nunca mais saiu de casa sem usar o assessório.
“A gente ainda precisa se proteger. A pandemia não acabou e parece que ainda está longe disso. Agora, também temos a varíola dos macacos, que é altamente contagiosa e requer essa segurança para que a gente possa fazer nossas coisas no dia-a-dia”, disse.
Por outro lado, há aquelas pessoas que também decidiram abandonar seu uso ou utilizá-la somente quando se faz obrigatório dentro de espaços.
“A gente sabe que é uma segurança, mas é ruim ficar o tempo todo com a máscara no rosto, principalmente no horário da manhã e no calor. Mas quando é obrigado para entrar em algum lugar, sempre levo uma na bolsa”, contou a estudante Kelly Almeida.
A aposentada Maria Aldenir, 76, que colocou o acessório de proteção à venda logo que os órgãos de saúde tornaram o seu uso obrigatório, conta que vendia cerca de 40 unidades por dia, mesmo estando em um ponto considerado por ela de menor circulação de consumidores no centro comercial de Belém. Ainda sem saber sobre os ganhos futuros, ela diz que a população precisa tomar ciência dos riscos ainda existentes.
“Assim como a Covid-19, a varíola dos macacos é extremamente perigosa. Mas a população parece que não está ligando para isso. É possível contar quantas pessoas passam por aqui usando máscaras e quando não usam, colocam a vida em risco. Quem ainda continua usando essa proteção, certamente tem respeito à sua própria vida e daqueles que estão ao seu lado”, diz.