RIO GRANDE DO SUL

Perícia não encontra veneno em comida levada a hospital no caso do bolo com arsênio

Saiba mais sobre a investigação do IGP referente ao envenenamento e os alimentos analisados que não continham veneno.

O IGP (Instituto-Geral de Perícias) do Rio Grande do Sul divulgou nesta quarta-feira (12) laudo apontando que os alimentos levados por Deise Moura dos Anjos ao hospital quando foi visitar sua sogra não continham veneno.

Deise é suspeita de envenenar familiares com arsênio contido em um bolo na antevéspera de Natal, na cidade litorânea de Torres (a 190 km de Porto Alegre). Os peritos analisaram diferentes itens levados por ela: um torrone, quatro bombons, quatro barras de cereal, um pacote de biscoito, um pacote de chiclete, uma garrafa de suco, um pastel e um canudo.

Em nota, o IGP reafirmou seu compromisso com a investigação científica e com a prestação de serviços periciais de excelência, contribuindo para o esclarecimento dos fatos.

A sogra dela, Zeli dos Anjos, foi internada após consumir o bolo com arsênio, mas os itens levados ao hospital não apresentaram traços do veneno. Três mulheres morreram após consumir o bolo envenenado, enquanto Zeli e uma criança de dez anos receberam alta após hospitalização.

A Polícia Civil coletou os alimentos levados após a visita de Deise ao hospital, mas todos os testes deram negativo para arsênio. Os laudos, divulgados nesta quarta, foram concluídos no dia 7 de fevereiro e também confirmaram a presença de arsênio na urina do marido e do filho de Deise, corroborando exames anteriores.

Os policiais trabalham com a hipótese de que ela teria envenenado a farinha que Zeli utilizou para preparar o bolo. À época, a perícia encontrou altas dosagens de arsênio no ingrediente.
A polícia também encontrou notas de compra de arsênio em um celular de Deise que foi apreendido.

Suspeita presa

Deise Moura dos Anjos está presa desde o dia 5 de janeiro. A polícia traçou um perfil da mulher como sendo “manipuladora” e “fria”, e investiga possíveis homicídios em série. Um dos episódios suspeitos é a morte de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, ocorrida em 2020, aos 67 anos, que na época foi atribuída à cirrose.

Os investigadores estão na fase final do inquérito sobre o bolo envenenado e podem concluir a investigação ainda neste mês. (DOUGLAS GAVRAS)