O escritor e historiador Eduardo Bueno, conhecido como Peninha, está no centro de uma onda de cancelamento e linchamento virtual após ter feito comentários considerados insensíveis sobre a morte do influenciador de extrema-direita norte-americano Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro, no Texas.
A situação ganhou contornos diplomáticos e políticos depois que o vereador Ramiro Rosário e o deputado estadual Felipe Camozzato — ambos do partido Novo e do Rio Grande do Sul — enviaram um ofício ao consulado dos EUA no Brasil, denunciando as falas do escritor.
Segundo o documento, Peninha teria feito, em tom de deboche, uma referência à possibilidade de sua filha, que mora em Austin, cometer um atentado nas proximidades de uma das residências do empresário Elon Musk. A fala, ainda que feita com sarcasmo, foi tratada pelos parlamentares como uma ameaça à segurança de cidadãos brasileiros e norte-americanos, e o ofício pede “providências formais”.
Reação em cadeia
As declarações de Peninha chegaram aos Estados Unidos, onde grupos conservadores replicaram as falas em redes sociais. O caso foi impulsionado por bolsonaristas no Brasil, que vêm pressionando empresas e instituições a romperem laços com o escritor, seguindo uma estratégia semelhante à usada por aliados do ex-presidente Donald Trump.
Notícias Relacionadas
O neurocirurgião Ricardo Barbosa também foi envolvido na polêmica e, segundo o ex-subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, teve seu visto americano cancelado permanentemente após ironizar a morte de Kirk.
Consequências pessoais e profissionais
Apesar de ter se retratado publicamente por meio de uma publicação no Instagram, Peninha segue sendo alvo de retaliações. A PUC-RS cancelou uma palestra que ele daria em Porto Alegre, a livraria Travessa suspendeu o lançamento do seu novo livro na capital gaúcha, e um podcast que mantinha com um ex-amigo foi encerrado após o episódio.
A situação também se agravou com ameaças dirigidas à filha do escritor, que passou a ser mencionada em publicações agressivas nas redes sociais, elevando o nível de tensão e de ataques pessoais.
Histórico polêmico
No ofício encaminhado ao consulado, os parlamentares ainda mencionam episódios antigos envolvendo Peninha, incluindo supostos casos de agressões a manifestantes conservadores em Porto Alegre — acusações que ele nega ou contesta.
