QUEM FOI ELE

O santo que falava com os pássaros: descubra quem foi São Francisco de Assis

Hoje é o dia de homenagear São Francisco de Assis, conhecido mundialmente como o padroeiro dos animais e da natureza.
Hoje é o dia de homenagear São Francisco de Assis, conhecido mundialmente como o padroeiro dos animais e da natureza.

Hoje é o dia de homenagear São Francisco de Assis, conhecido mundialmente como o padroeiro dos animais e da natureza. Mas o que fez desse frade italiano, nascido em 1181 na cidade de Assis, uma das figuras mais queridas entre fiéis, ambientalistas e defensores da vida animal? O homem que falava com os pássaros, Francisco, nasceu em uma família rica e viveu uma juventude marcada pelo conforto e pela guerra. Após uma profunda transformação espiritual, abandonou tudo para viver na simplicidade e na pobreza, dedicando-se a pregar o amor e o respeito  aos animais, uma relação lendária. Dizem que ele chamava os pássaros de “irmãos” e “irmãs”, e que falava com eles como quem conversa com iguais. Acreditava que todas as criaturas eram expressões do amor de Deus e merecem cuidado e respeito.

A devoção de Francisco à natureza ultrapassava a ternura com os animais. Ele via na terra, na água, no sol e na lua manifestações da presença divina — daí o famoso Cântico das Criaturas, uma das mais belas orações de louvor à criação. Por essa visão de fraternidade universal, o papa João Paulo II proclamou São Francisco, em 1979, o padroeiro dos ecologistas e dos defensores do meio ambiente.

Hoje, igrejas do mundo inteiro celebram o Dia de São Francisco de Assis com bênçãos a animais de estimação e campanhas de conscientização sobre a preservação da natureza. Mais do que um símbolo religioso, Francisco representa uma mensagem de equilíbrio entre o ser humano e a Terra — um lembrete de que o amor e o respeito à vida, em todas as suas formas, são o primeiro passo para a paz verdadeira.

“Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas”, do Cântico das Criaturas, escrito em 1224, é um dos textos mais autênticos e poéticos de São Francisco, escrito quando ele já estava quase cego. É considerado o primeiro poema em língua italiana e um dos mais antigos hinos à ecologia e à fraternidade universal.

Uma das passagens mais contadas sobre São Francisco e sua interação com animais, teria ocorrido na cidade de Gúbio, na Itália, onde um lobo feroz aterrorizava os moradores, atacando pessoas e rebanhos. Francisco teria ido ao encontro do animal, feito o sinal da cruz e dito: “Irmão Lobo, em nome de Cristo, eu te peço que não faças mais mal a ninguém.” Diz a tradição que o lobo, então, abaixou a cabeça e colocou a pata na mão do santo, como sinal de paz.
Francisco então mediou um “acordo”: o povo alimentaria o lobo, e ele não atacaria mais. O pacto teria durado até a morte do animal. Essa passagem da vida de Francisco representa um símbolo do poder da fé e da reconciliação entre o homem e a natureza, tema recorrente no pensamento franciscano.