Luiza Mello
Faltando 22 dias para as provas do Concurso Nacional Unificado, o “Enem dos concursos”, é o momento de otimizar os estudos e focar nos tópicos e conceitos mais importantes e naqueles em que há mais dificuldades. As provas serão aplicadas em 5 de maio em 228 cidades por todo o país e será realizada em dois turnos – manhã às 9 horas e tarde às 14h30 – para todos os candidatos.
O CNU, além de ser o maior concurso em número de inscritos da história, tem outra característica: o curto espaço de tempo para quem se inscreveu estudar todas as matérias. Com isso, muitos candidatos se perguntam: o que priorizar nessa reta final de estudo? Os principais sites dos “concurseiros” apontam quase unânimes: fazer provas das edições anteriores e treinar a redação podem ser boas estratégias para esse momento. Além disso, é importante praticar a aplicação prática das regras gramaticais.
Nessas últimas semanas, vale também um reforço nos assuntos mais recorrentes no exame, aqueles que os estudantes não podem deixar de conhecer. Treinar a redação pode ser uma boa estratégia para esse momento. O coordenador-geral de Logística do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Alexandre Retamal, destacou pontos que devem receber maior atenção dos participantes. Ele pontuou que o certame vai selecionar “candidatos que possam contribuir verdadeiramente com o nosso país, para o desenvolvimento de políticas públicas que representam tanto a diversidade populacional quanto geográfica do Brasil”.
Essa é também uma dica do Educa+Mais, site especializado em ensino, que recomenda, nessas últimas semanas, mais atenção dos candidatos para compreender a realidade do Brasil; entender onde os conteúdos convergem com a realidade brasileira e as políticas públicas; compreender quais políticas públicas estão sendo trabalhadas pelo governo federal; e colocar essas políticas públicas dentro da realidade brasileira, tais como o Minha Casa Minha Vida, para suprir uma população de mais de 6 milhões de brasileiros sem moradia; o Brasil Sem Fome, programa para combater a insegurança alimentar e a pobreza extrema, o Mais Médicos, entre outros.
BANCA EXAMINADORA
Empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para a oferta de serviços relacionados à educação, como plataformas de ensino e cursos online são bons aliados nessa reta final. Entre as melhores dicas para o estudo nas últimas semanas, segundo os especialistas, continua sendo fazer provas das edições anteriores aplicadas pela Fundação Cesgranrio. Muitos sites de concursos trazem essas provas anteriores.
A Cesgranrio tem como característica elaborar provas com questões de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. De forma geral, os enunciados costumam ser curtos, objetivos e concisos. O nível de dificuldade das provas é considerado médio entre os concurseiros.
O Gran Cursos, um dos sites de educação mais visitados do Brasil, revela que as provas de Língua Portuguesa elaboradas pela banca costumam ter foco na interpretação de texto. Na redação, o tipo textual que é solicitado pela Cesgranrio é o texto em prosa dissertativo-argumentativo. Neste caso, o candidato precisa dissertar em defesa de um ponto de vista.
Um dos maiores diferenciais e pontos de atenção nas provas elaboradas por essa banca está na amplitude de cobrança dos assuntos previstos no edital. Segundo professores do site Gran Cursos, é bom dar uma revisada nos itens do bloco em que foi inscrito (entre os 8 definidos para o concurso). “Nunca é uma boa ideia deixar de lado partes do edital, mas com a Fundação Cesgranrio isso pode ser ainda mais prejudicial, devido ao modelo de estruturação das avaliações. Se por um lado a cobrança é mais uniforme, o peso de cada item costuma variar e, por isso, é muito importante atentar-se ao que diz o edital de seleção”, afirmam.
Um outro ponto marcante na Fundação Cesgranrio é o de estruturar itens muito similares ou mesmo iguais àqueles do seu banco de dados. Assim, a resolução de provas passadas se torna uma ferramenta ainda mais importante para quem vai prestar uma prova organizada por esta banca.
MENOS DECOREBA
O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) informou que deseja uma prova mais interpretativa e comunicativa. Ou seja, menos decoreba e mais interpretativa. De acordo com informações do Ministério da Gestão e da Inovação, foram registrados 2.144.435 inscritos, considerando a soma dos candidatos isentos (600.875) e daqueles que tiveram o pagamento aprovado (1.543.560), que concorrem a 6.640 vagas imediatas para diversas autarquias e ministérios. Dentre as oportunidades estão funções de níveis médio, técnico e superior, com ganhos iniciais de até R$ 22,9 mil.
A aplicação das provas se divide em oito blocos. Para o nível de ensino superior (blocos 1 a 7), serão 20 questões objetivas em múltipla escolha sobre conhecimentos gerais e uma questão dissertativa de conhecimento específico. Já para o nível de ensino médio, (bloco 8) além das 20 questões objetivas, será solicitada uma redação.
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SEGURANÇA
Com esquema para evitar fraudes, uma rede coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, vai atuar para garantir a lisura do CNU. Essa rede inclui a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), além das forças de segurança dos estados: polícia militar, polícia civil, bombeiros e Defesa Civil.
No cartão de resposta de todos os candidatos que participarem do concurso, deverá constar a coleta da digital. O cartão também deverá ter uma frase que vai servir para o exame grafológico. A ideia é que seja feita uma checagem para saber se quem fez a prova é a pessoa que vai assumir o emprego público. Os Correios vão ser responsáveis pela distribuição das provas, e toda a operação vai ser acompanhada por escoltas.
Segundo a Fundação Cesgranrio, o esquema de segurança do CNU será semelhante ao utilizado durante as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ideia é promover uma segurança desde a preparação e locais de aplicação, com detector de metais, recolhimento de biometria, até a logística reversa, que consiste na volta para a prova do local de correção.
A ministra da Gestão, Esther Dweck, lembrou que todas as carreiras devem passar pelo curso de formação, mesmo aquelas que não exigem necessariamente tal etapa. O curso de formação será aplicado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com até cinco blocos, que abordarão conteúdos relacionados à atuação do servidor.
A ministra disse ainda que estão sendo feitos estudos para a realização de uma segunda edição do Concurso Nacional Unificado, caso haja número suficiente de vagas para o novo edital. Ainda neste ano, a previsão é de que novos concursos sejam autorizados além de provimentos adicionais.
- DICAS DA PROFESSORA ROSANA BASTOS
A professora Rosana Bastos, CEO do Sistema de Ensino Rosana Bastos, uma das maiores especialistas em preparação para concursos públicos,, dá dicas valiosas sobre pontos relevantes sobre o estudo da Língua Portuguesa para quem está se preparando nesta reta final. Ela destaca especial atenção à ortografia, acentuação gráfica, crase, classes de palavras e sintaxe das ações.
Ortografia – Em relação à ortografia, deve-se atentar à grafia correta das palavras, a diferença entre homônimos; parônimos; homógrafos; homófonos; sinônimos e antônimos. Essas diferenças podem ser cobradas nos casos de palavras como; “conserto” e “concerto” ou “cassar” e “caçar”; “paço” e “passo”. É muito importante saber a diferença entre esses termos em relação à grafia e ao seu sentido. Para tanto, revise esse assunto, pois existe possibilidade dele ser cobrado em sua prova;
Acentuação gráfica – Neste conteúdo, procure saber as regras de acentuação gráfica de acordo com a posição da sílaba tônica. Nesse sentido, é fundamental visualizar quais as diferenças entre as regras das palavras oxítonas; paroxítonas e proparoxítonas. Lembrem-se que todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. Um grande exemplo disso seria a própria palavra “tônico”, na qual a sílaba tônica está situada na antepenúltima sílaba, ou seja, trata-se de uma palavra proparoxítona;
Crase – Sobre o acento grave da crase, é importante lembrar que a crase é a junção entre o “a” preposição e o “a” artigo, em que nunca haverá crase antes de verbo e antes de palavras masculinas, exceto nos casos excepcionais. Assim, dever-se-á observar qual a regência do verbo e qual o gênero da palavra subsequente;
Classes de palavras – À vista desse assunto, deve-se reforçar as diferenciações entre substantivos; artigos; verbos; advérbios; adjetivos; pronomes; preposições; numerais, de modo a verificar a correta utilização de cada uma das classes listadas e a sua função em relação à semântica da frase;
Sintaxe das orações – Neste tópico, deve-se diferenciar as orações coordenadas das orações subordinadas; sabendo que as primeiras são compostas por orações que não precisam umas das outras para darem sentido à frase; já as segundas são compostas por uma oração principal e uma oração subordinada. Nas orações subordinadas, é válido saber a diferença, primordialmente, entre as orações subordinadas adjetivas adverbiais e as substantivas. Além disso, o estudo sobre os elementos coesivos de cada uma dessas orações e os seus respectivos sentidos são fundamentais para o entendimento completo deste assunto.
