AGENDA NA ÁSIA

Na China, Lula defende crescimento sustentável e COP30 como marco global

Segundo Lula, a integração regional, com apoio chinês, é essencial para o desenvolvimento sustentável da região.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com Xi Jinping, o líder chinês, na abertura do IV Fórum CELAC-China - Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com Xi Jinping, o líder chinês, na abertura do IV Fórum CELAC-China - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Durante a abertura do IV Fórum da CELAC-China, realizado nesta terça-feira (13) em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância estratégica da parceria entre a China e os países da América Latina e do Caribe. Segundo Lula, a integração regional, com apoio chinês, é essencial para o desenvolvimento sustentável da região.

“O apoio da China tem sido decisivo, especialmente em infraestrutura. Mas esses projetos só ganham viabilidade com coordenação entre os países, para que tenham escala regional”, afirmou o presidente brasileiro.

O fórum comemora dez anos de existência e marca uma década de fortalecimento das relações entre a CELAC e a China, que já é o segundo maior parceiro comercial da região e um dos maiores investidores. “Recursos de instituições chinesas superam os créditos do Banco Mundial ou do BID. Essa parceria é dinâmica para a economia regional”, pontuou Lula.

Revolução digital e inclusão tecnológica

Lula alertou para o risco de um novo abismo entre países na era digital e defendeu que o desenvolvimento da inteligência artificial seja compartilhado. “Essa revolução não pode ser privilégio de poucos. A parceria com a China deve fortalecer a indústria e a inovação em nossos países.”

Pandemia, meio ambiente e COP30

O presidente também lembrou a colaboração da China durante a pandemia e seu papel no fornecimento de vacinas. Ele reforçou que o futuro da cooperação depende de maior articulação regional.

Sobre o meio ambiente, Lula ressaltou que América Latina, Caribe e China podem demonstrar ao mundo que é possível crescer sem destruir. “A COP30, em Belém, será um marco para reafirmar nosso compromisso com soluções coletivas para a crise climática.”

Multilateralismo e papel das Nações Unidas

Lula defendeu uma reforma no sistema multilateral, propondo que a América Latina e o Caribe apoiem a eleição da primeira mulher à frente da ONU. “A governança global precisa refletir a diversidade do mundo. O sistema atual é anacrônico e ineficaz para evitar conflitos.”

Relação Brasil-China e novos investimentos

A participação de Lula no fórum integra sua agenda oficial em Pequim, onde se reuniu com empresários chineses e assinou acordos bilaterais. Destaque para o anúncio de US$ 1 bilhão em investimentos no setor de energia sustentável, a criação de centros de pesquisa em vacinas e energia renovável, e parcerias na área de saúde.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, com trocas que alcançaram US$ 157,5 bilhões em 2023. O relacionamento entre os dois países também se fortalece em fóruns como BRICS, G20 e COPs.