O ministro Jader Filho comandou, nesta terça-feira (21), reunião de trabalho com mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul que já preencheram o formulário disponível na página do Ministério das Cidades. O documento tem por objetivo colher as necessidades de moradias das famílias desalojadas em áreas urbanas e rurais em cada cidade gaúcha. Na oportunidade, o ministro destacou a importância de todas as prefeituras com famílias atingidas pelas chuvas adotarem o documento, que servirá como ponto de partida para o governo planejar ações com o objetivo de suprir a demanda por habitações em conjunto com os entes federados.
Ao todo, os 23 municípios contabilizaram 4.434 casas destruídas em áreas urbanas e 562 casas destruídas em áreas rurais. Também informaram mais de 50 mil unidades danificadas em áreas urbanas e 1.101 moradias danificadas em áreas rurais. Ao todo, foram mais de 58,8 mil casas atingidas em áreas urbanas e mais de 1,6 mil casas em zonas rurais. Os números ainda são estimados, pois muitas cidades ainda possuem áreas alagadas.
As cidades que já enviaram informações para o Ministério das Cidades são: Arroio do Tigre, Quaraí, Igrejinha, Santa Cruz do Sul, Liberato Salzano, Nova Santa Rita, Bom Retiro do Sul, Serafina Corrêa, Parobé, General Câmara, Manoel Viana, Engenho Velho, Arroio Grande, Guaporé, Novo Barreiro, Agudo, São Sepé, Sobradinho, Campo Bom, Novo Hamburgo, Rolante, São Leopoldo e São Sebastião do Caí.
Muitos municípios ainda estão fazendo o laudo das casas danificadas para avaliar se as unidades podem ser reformadas, mas muitas dessas moradias estão em áreas de risco e não poderão mais ser habitadas. Muitas famílias atingidas terão de ser realocadas em novas áreas, informam os representantes dos municípios.
O ministro das Cidades e outras autoridades do governo federal ouviram as demandas de cada cidade. “Essa é uma primeira reunião para saber a realidade das cidades e alinhar ações. Queremos, em parceria com os municípios, buscar soluções ágeis e métodos inovadores para atender as famílias atingidas o mais rápido possível”, disse Jader Filho.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou que o governo federal quer buscar as melhores alternativas, juntamente dos municípios, para “encaminhar soluções concretas para repor a casa das famílias que perderam suas habitações”.
Situação das cidades
Prefeitos e dirigentes municipais deram um relato da realidade de cada cidade. Segundo o prefeito de Campo Bom e presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luciano Orsi, o município teve mais de 400 casas atingidas, entre destruídas e danificadas. Segundo o prefeito, muitas famílias terão de ser realocadas. Ele também informou que cidade tem condições de oferecer terrenos com infraestrutura em área urbana para a construção de novas moradias e sugeriu a construção de casas de PVC para agilizar as obras.
Representantes de Bom Retiro do Sul informaram 132 casas destruídas ou danificadas na cidade. Destacaram que o município já identificou terrenos em área urbana sem risco de alagamentos para reconstrução de moradias. Também sugeriu a criação de vilas rurais para as famílias que vivem no campo.
A secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Novo Hamburgo, Roberta Gomes de Oliveira afirmou que o município contabiliza cerca de 15 mil famílias desalojadas. Ela destacou que as famílias estão sendo cadastradas e que a prefeitura busca por terrenos para realocar os atingidos. Segundo a secretária, a estimativa é de que a cidade necessita de duas mil novas moradias. Ela sugeriu a construção de casas modulares e aluguel social como soluções às famílias que perderam suas moradias.
O prefeito Helton Barreto, de General Câmara, informou que quase 100 casas foram destruídas ou danificadas na cidade. Segundo o prefeito, há áreas federais na cidade para construção de novas casas. Também disse que já tem localidades identificadas para realocar as famílias e sugeriu um loteamento localizado fora da área de risco. Também informou que o município não dispõe de casas prontas para compra.
Dirigentes de Quaraí informaram que cerca de 150 casas foram danificadas, mas muitas famílias terão de ser deslocadas. Também disseram que não há casas para alugar na cidade e que a prefeitura já identificou local para construção de novas casas.
Representantes de São Sebastião do Caí informaram que faltam imóveis para compra e apontaram que o município possuí área com infraestrutura para construção de casas modulares para atender parte da demanda. Foram 117 casas destruídas.
Como sugestão, dirigentes do município de Novo Barreiro informaram que há um loteamento com 24 terrenos disponíveis para realocar famílias atingidas. Já representantes de Arroio do Tigre disseram que o município possui terreno para construção de casas por meio de mutirões.
A zona rural de Santa Cruz do Sul foi mais atingida, com 180 casas destruídas. A prefeitura busca por terrenos para remanejamento das famílias, especialmente aquelas que vivem em áreas ribeirinhas.
Representantes de Guaporé identificaram um loteamento com 108 matrículas para realocar famílias que estão em áreas ribeirinhas. Também sugeriram a compra de um loteamento privado. Algumas famílias estão sendo atendidas com aluguel social.
O prefeito Ary Vanazzi, de São Leopoldo, disse que o município teve 35 mil casas atingidas. Dessas, cerca de 1.200 foram destruídas. Segundo o prefeito, há dois loteamentos aprovados para reassentamento de famílias atingidas.
Todos os municípios foram chamados a falar na reunião, que contou com a presença dos ministros Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul; Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, além da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
Atualização
Até às 18h desta terça-feira (21), 35 municípios gaúchos apresentaram dados ao Ministério das Cidades, totalizando mais de 59 mil moradias atingidas em áreas urbanas e mais de 2,6 mil em áreas rurais.