Em meio à crise política deflagrada com o rompimento do União Brasil com o governo federal, o ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou na manhã desta sexta, 26, que vai deixar o cargo até o final da tarde. A decisão foi tomada após intensa pressão da cúpula do partido, que ameaçava expulsá-lo da legenda, o que poderia levar à perda de seu mandato de deputado federal caso ele permanecesse à frente da pasta.
Sabino deve se reunir ainda hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, para comunicar pessoalmente a decisão e reforçar sua intenção de manter alinhamento político com o governo.
O gesto tem forte peso estratégico: Sabino planeja disputar uma vaga no Senado pelo Pará em 2026 e pretende contar com o apoio do PT e de aliados de Lula em sua campanha.
A saída do ministro ocorre num momento de forte turbulência política dentro do União Brasil. O partido, identificado como um dos pilares do Centrão, rompeu oficialmente com o governo Lula após selar uma federação com o PP, movimento que unifica as duas siglas por, no mínimo, quatro anos. A nova configuração tem como objetivo lançar uma candidatura presidencial de direita em 2026, colocando União e PP na linha de frente da oposição ao PT.
Neste novo contexto, a permanência de Sabino no governo se tornou insustentável. Para a direção do partido, mantê-lo como ministro seria visto como uma contradição política e poderia fragilizar o discurso oposicionista da federação.
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Curiosamente, foi a própria bancada do União que, em junho de 2023, articulou a queda da então ministra Daniela do Waguinho (RJ) e indicou Sabino para o posto. Pouco mais de um ano depois, a legenda cobra sua saída e redefine sua posição no cenário nacional.
Definição de sucessor e foco na COP30
Com a saída de Sabino, o governo Lula trabalha para definir rapidamente um substituto que mantenha a execução de projetos estratégicos do Ministério do Turismo, em especial os relacionados à COP30, que será realizada em Belém, em 2025.
O nome mais cotado no momento é Marcelo Freixo, atual presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Freixo tem sido elogiado pela atuação à frente da agência e é visto como um gestor capaz de garantir continuidade aos preparativos para a COP30, considerada uma prioridade do governo.
A conferência da ONU deverá atrair líderes e delegações de todo o mundo. Além da expansão da rede hoteleira, o governo federal está investindo na modernização de aeroportos, terminais hidroviários e na revitalização de áreas turísticas da capital paraense.
