Lula e o ministro Jader Filho. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Lula e o ministro Jader Filho. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta sexta, 10, em evento em São Paulo, um pacote de novas modalidades do Programa Minha Casa Minha Vida, que inclui o financiamento de moradias para a classe média para famílias que ganham entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. Outra modalidade que vem sendo aguardada pela população é o programa que financia reformas e ampliações de moradias. Poderão obter financiamento para as reformas e melhorias moradores de áreas urbanas com renda familiar mensal de até R$ 9.600. A “Faixa Melhoria 1” vai até R$ 3.200 mensais, e a “Faixa Melhoria 2”, até R$ 9.600. Só serão atendidos imóveis residenciais e mistos.

De acordo com o Planalto, as novas regras criam um modelo mais eficiente que permitirá a ampliação da oferta de crédito habitacional no país e criará uma transição gradual rumo a um modelo mais sustentável e competitivo. Além disso, elevam o valor máximo do imóvel financiado no SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.

O presidente Lula destacou que a classe média passa a contar com dois programas de habitação do governo federal. A declaração foi feita durante o Incorpora 2025, em São Paulo (SP), um dos maiores eventos do setor imobiliário no país.

Segundo Lula, o novo modelo de crédito imobiliário vai reestruturar o uso dos recursos da poupança para ampliar a oferta de financiamentos, com foco nas famílias que ganham acima de R$ 12 mil.

O presidente afirmou que a iniciativa busca atender um público historicamente deixado de fora das políticas habitacionais.

“Um trabalhador metalúrgico, um bancário, um químico, um gráfico, um funcionário da Caixa Econômica, um professor… Essas pessoas não têm direito a comprar casa, porque não se enquadram na faixa 1 nem na faixa 2 do Minha Casa, Minha Vida”, disse.

“Esse programa foi feito pensando nessa gente, para dar àqueles que ainda não tiveram oportunidade o direito de conquistar uma casa um pouco melhor.,” completou o presidente.

O novo modelo de crédito imobiliário do país reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito.

Reforma e Ampliação no Minha Casa Minha Vida

O segundo programa anunciado por Lula vem sendo trabalhado pelo Ministério das Cidades desde o semestre passado. A nova linha de crédito do Minha Casa, Minha Vida é voltada à reforma de moradias urbanas para famílias com renda de até R$ 9,6 mil mensais. A medida, regulamentada pela Portaria nº 1.177/2025, publicada na quinta, 9, prevê financiamentos entre R$ 5 mil e R$ 30 mil com juros reduzidos e prazos de 24 a 60 meses.

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que o novo programa de reformas amplia o alcance do Minha Casa, Minha Vida ao atender famílias que já possuem moradia, mas vivem em condições precárias. “Com esse programa, o governo passa a olhar para uma realidade muito comum no Brasil: famílias que já têm casa, mas vivem em moradias precárias, sem banheiro adequado, com infiltração, telhado danificado ou falta de acessibilidade. Agora, essas pessoas terão a oportunidade de reformar e melhorar suas casas com crédito acessível”, afirmou.

Impacto e Próximos Passos

Segundo ele, a iniciativa marca uma nova etapa da política habitacional. “Alcançamos o menor déficit habitacional da história do país, e agora estamos atacando outra frente: a inadequação habitacional. Melhorar o que já existe é tão importante quanto construir o novo.”

Jader Filho também ressaltou o impacto da economia local do programa. “A linha de crédito vai movimentar a economia local, gerar emprego nas pequenas obras, fortalecer o comércio de materiais de construção e, principalmente, garantir mais dignidade às famílias brasileiras. É o Minha Casa, Minha Vida chegando a quem mais precisa — não só para entregar uma chave, mas para transformar uma casa simples em um lar melhor.”

O programa prevê melhorias para duas faixas de renda: faixa 1 para renda até R$ 3,2 mil com juros de 1,17% ao mês; e faixa 2, para quem tem renda de R$ 3,2 mil a R$ 9,6 mil com juros de 1,95% ao mês. As parcelas não podem ultrapassar 25% da renda familiar, e cada beneficiário só pode contratar um financiamento por vez. O crédito será operado pela Caixa Econômica Federal, com garantia parcial do FGHab e possibilidade de contrapartida de estados e municípios.

Os recursos poderão ser usados para materiais, mão de obra e projetos técnicos voltados a melhorias de salubridade, segurança e conforto. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o objetivo é “garantir o direito de reformar e melhorar a própria casa”, lembrando que 1,3 milhão de moradias no país ainda não têm banheiro.