Mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) revelam que o pastor Silas Malafaia dirigiu insultos ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas trocas de mensagens, Malafaia classifica o parlamentar como “babaca”, “idiota” e “estúpido de marca maior”, criticando sua atuação na articulação política durante a imposição de tarifas pelo governo norte-americano de Donald Trump contra produtos brasileiros.
Os diálogos, divulgados no relatório da PF, mostram a insatisfação do pastor com as declarações de Eduardo Bolsonaro, que, em sua avaliação, beneficiaram discursivamente o governo Luiz Inácio Lula da Silva e a esquerda.
Em uma das mensagens, enviada em 11 de julho de 2025, Malafaia escreve: “DESCULPA PRESIDENTE! Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente que está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista e ao mesmo tempo te ferrando. Um estúpido de marca maior”.
Em seguida, complementa: “ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele por consideração a você. Não sei se vou ter paciência de ficar calado se esse idiota falar mais alguma asneira”.
Dois dias antes das mensagens, Trump havia anunciado tarifas de 50% sobre importações brasileiras, justificando a medida como retaliação ao tratamento dado ao ex-presidente Bolsonaro pelo Brasil – que enfrenta julgamento no STF por suposta participação em atos golpistas.
Repercussão das Críticas
Além das críticas a Eduardo, Malafaia elogiou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que em entrevista à GloboNews defendeu que as tarifas tinham “viés político” e não apenas econômico. Em áudio enviado a Jair Bolsonaro, Malafaia reforça: “Dá parabéns ao Flávio, pô. Falou certo, cacete. (…) E vem o teu filho babaca [Eduardo] falar merda!”.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Malafaia atuou como “orientador e auxiliar” de Jair e Eduardo Bolsonaro em tentativas de coagir ministros do STF e obstruir investigações sobre os atos de 8 de janeiro.
As mensagens integram o inquérito que investiga a atuação de Bolsonaro e aliados nos Estados Unidos.