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Lula não descarta explorar petróleo na foz do rio Amazonas

Lula não descarta explorar petróleo na foz do rio Amazonas Lula não descarta explorar petróleo na foz do rio Amazonas Lula não descarta explorar petróleo na foz do rio Amazonas Lula não descarta explorar petróleo na foz do rio Amazonas
Lula cumpre agenda no Pará. Foto: Ricardo Stuckert
Lula cumpre agenda no Pará. Foto: Ricardo Stuckert

NELSON DE SÁ

HIROSHIMA, JAPÃO (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou não ver, ao menos por enquanto, efeito negativo sobre a Amazônia na exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. “É em alto mar”, disse o petista nesta segunda-feira (22), em Hiroshima, no Japão, onde participou como convidado da reunião do G7.

“Se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado, mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia.”

Acrescentou, porém, que só vai decidir quando estiver de volta no Brasil. “Eu só posso saber quando chegar [ao país].”

Na última quarta-feira (17), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou o pedido da Petrobras para perfurar a bacia da foz do rio Amazonas com objetivo de explorar petróleo na região.

“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, afirmou Rodrigo Agostinho, presidente do instituto.
Em resposta, a Petrobras afirmou que “todos os recursos mobilizados no Amapá e no Pará para a realização da Avaliação Pré-Operacional (simulado para testar os planos de resposta à emergência) foram feitos estritamente em atendimento a decisões e aprovações do Ibama”.

A decisão do Ibama dividiu o governo.

Anunciada a recusa, o líder do governo Lula no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, decidiu deixar a Rede, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ele é um dos defensores do empreendimento.

Também houve repercussão dentro do governo. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que a empresa não desista, reiterando o pedido ao Ibama, “envidando todos os esforços necessários ao atendimento das condicionantes e comprovação da adequação do projeto para a prospecção segura e sustentável da área”.

A estatal, por sua vez, anunciou nesta sexta (19) que analisa o apelo da pasta de Silveira e que “segue comprometida com o desenvolvimento da margem equatorial brasileira, reconhecendo a importância de novas fronteiras para assegurar a segurança energética do país e os recursos necessários para a transição energética justa e sustentável”.