Agência Gov
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Iguatu, no Ceará, nesta sexta-feira (5), para assinar a ordem de serviço do Ramal do Salgado, que integra a transposição do Rio São Francisco, e acompanhar os avanços das obras da Ferrovia Transnordestina.
As obras estão conectadas à melhoria da infraestrutura, da segurança hídrica e da logística para escoamento da produção nacional. A empresa responsável pelas obras da ferrovia, a Transnordestina Logística, se comprometeu a finalizar a construção entre o fim de 2026 e o início de 2027. “Se depender do governo, a gente vai terminar, porque o governo vai cumprir todos os acordos firmados e não vai permitir que faltem os recursos necessários”, disse o presidente.
Para o presidente, a importância da ferrovia que liga o sertão do Piauí ao porto de Pecém (CE) vai além da geração de empregos e do barateamento do transporte, que beneficia os moradores da região. “Ela é importante porque o Brasil se transformou num país rodoviário e, para ser mais produtivo, mais leal ao povo, não pode abandonar a ferrovia para fazer rodovia, não. Tem que ter rodovia de qualidade, ferrovia de qualidade e hidrovia de qualidade, porque precisamos ter um sistema intermodal para utilizar todo o nosso potencial para transportar gente, carga e baratear as coisas para o nosso povo”, declarou.
A obra de 36 km ligada à transposição do Rio São Francisco, vai conectar Cachoeira dos Índios, na Paraíba, a Lavras de Mangabeira, no Ceará, onde deságua no Rio Salgado. “É uma obra para ser executada em 36 meses. São 36 quilômetros. Vai atender 54 municípios e garantir segurança hídrica para cinco milhões de pessoas”, explicou o ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).
Ao reduzir o percurso em cerca de 100 km em comparação com a derivação em Jati, a adução da água ao açude Castanhão vai trazer rapidez e eficiência da transferência de vazões. Isso beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza, maior centro urbano a ser atendido, e permite o abastecimento de cidades de médio porte, como Lavras da Mangabeira, Aurora, Cedro e Icó.
Ferrovia
De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. Um dos projetos prioritários do Novo PAC, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no programa. Ele havia sido retirado do contrato na gestão anterior.
Segurança hídrica
Na cerimônia desta sexta-feira, o ministro Waldez Góes anunciou outros investimentos em projetos de segurança hídrica, como o milésimo sistema de dessalinização do Programa Água Doce. Outra obra é a do Cinturão das Águas do Ceará, que prevê 1.300 quilômetros e mais de R$ 2 bilhões em investimentos, dos quais 89% já foram empenhados. “Isso vai atender não só as pessoas, mas as indústrias, o turismo e os projetos de irrigação”, sinalizou Góes.