NELSON DE SÁ
XANGAI, CHINA (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido por sua antecessora Dilma Rousseff ao desembarcar no aeroporto de Xangai nesta quarta-feira, às 22h20 do horário local (11h20 do horário de Brasília).
Ele chegou 30 minutos depois ao hotel, no centro da cidade, sem falar com os jornalistas brasileiros que o esperavam. Entrou de mãos dadas com a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, e sorrindo, mas apresentando cansaço após mais de 30 horas de viagem -o avião presidencial tem pouca capacidade de voo e precisou fazer três paradas durante o trajeto.
Já no hotel, Lula voltou a se reunir com Dilma. Ele participa da posse da ex-presidente no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês), mais conhecido como o banco do Brics, na manhã da quinta-feira (13).
Cercada por repórteres e câmeras, a petista evitou falar sobre o banco, prometendo novidades para a entrevista no dia seguinte. Elogiou a cidade, onde já está morando: ” É uma cidade muito agradável, com um paisagismo lindo, cheia de árvores, flores.”
A cerimônia de posse de Dilma não é o único compromisso de Lula na quinta. Na data, ele ainda se reúne com o CEO do gigante de tecnologia Huawei e, separadamente, com os CEOs da BYD e da CCCC.
Tanto o presidente quanto Janja ainda terão que fazer um novo teste de Covid, exigência para o encontro com o líder chinês, Xi Jinping, em Pequim, no dia seguinte. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, trata-se de um procedimento padrão também para políticos de outros países. O casal presidencial já havia feito o teste antes de embarcar.
A reunião com Xi começa às 16h10 de sexta, no Grande Palácio do Povo, e se estenderá por uma cerimônia de assinaturas de atos e jantar oferecido pelo líder chinês. Antes, no mesmo dia, Lula tem encontros separados com o premiê Li Qiang e com o presidente do Congresso Nacional do Povo, Zhao Leji.
Dois integrantes da comitiva brasileira indicaram a expectativa de confirmação de dois pontos aguardados nas negociações -a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota, para investimento chinês em infraestrutura, e um acordo da montadora chinesa BYD para adquirir a antiga fábrica da Ford na Bahia.