Bianca Gomes/Agência Globo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse à cúpula do MDB que Simone Tebet (MDB-MS) será sua ministra. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o petista fez a afirmação aos emedebistas, entre eles o presidente da sigla, Baleia Rossi (SP), que se reunirá com a senadora nesta sexta-feira para definir qual pasta ela ocupará. Sobre a mesa, os ministérios do Meio Ambiente e Planejamento.
Também ficou acertado com Lula que as bancadas do MDB da Câmara e do Senado terão uma indicação cada para o novo governo. Como antecipou o GLOBO, o ex-governador e senador eleito Renan Filho (AL) deve assumir o Ministério dos Transportes.
Após não conseguir o Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família, e ficou com o ex-governador e senador eleito Wellington Dias (PT-PI), Simone Tebet disse a aliados que aceitaria ser ministra do Meio Ambiente, mas desde que a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) fosse indicada para a autoridade climática, que teria status de ministério. O problema é a dificuldade de se convencer Marina em aceitar o comando do novo posto.
Como mostrou o GLOBO na semana passada, Tebet havia dito a pessoas próximas que só entraria para o governo se fosse para comandar o ministério responsável pelo Bolsa Família. A emedebista argumentava que as duas pastas que ela teria interesse – Educação e Meio Ambiente – já estavam com indicados encaminhados.
No caso do Meio Ambiente, a senadora era enfática sobre não aceitar um convite para uma pasta cobiçada por Marina, de quem se tornou amiga na campanha eleitoral. Nesta quinta, no entanto, a senadora cedeu: afirmou a interlocutores que topa uma dobradinha com a deputada da Rede na autoridade climática, que deveria ter, na sua opinião, status de ministério para acomodar a aliada.
Aliados de Tebet entendem, porém, que a senadora também aceita ir para o Meio Ambiente se Marina recusar qualquer cargo no governo, mas deixar o caminho aberto para a emedebista.
As negociações em torno da pasta deflagram uma crise no PT, já que Marina, alvo de fritura na legenda, considera a autoridade climática uma função eminentemente técnica, e por isso não se coloca como uma opção. A criação do órgão foi uma das condições da ex-ministra para apoiar Lula.