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Lançamentos pelo Minha Casa, Minha Vida têm alta de 17% após novas regras

Foto: Roni Moreira / agência pará
Foto: Roni Moreira / agência pará

ANA PAULA BRANCO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A venda de imóveis no primeiro semestre cresceu 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra o indicador Abrainc-Fipe divulgado nesta terça-feira (26).

O segmento de médio e alto padrão teve destaque mesmo com a Selic (taxa básica de juros) alta. O aumento de vendas foi de 22,8% sobre igual intervalo de 2022.

Relançado pelo governo Lula, o programa Minha Casa, Minha Vida já impulsiona o mercado e deve aquecer as vendas do próximo semestre, avalia a associação.

No primeiro semestre deste ano, foi registrado crescimento de 4,2% nas vendas —foram mais de 47 mil unidades vendidas. O número de imóveis lançados pelo Minha Casa, Minha Vida também teve aumento expressivo, de 17,2%, lançando 39.544 unidades. Segundo a Abrainc, esta alta de lançamentos mostra a expectativa por um aumento ainda mais expressivo nas vendas do segmento nos próximos meses.

Apesar do aumento nas vendas no primeiro semestre, o segmento de imóveis de médio e alto padrão, de valores acima de R$ 500 mil, apresentou uma forte redução (59,4%) nos lançamentos. Para o setor, isso acende um alerta de preocupação com as altas taxas de juros, que prejudicam o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), inviabilizando a compra de imóveis para compradores de média renda.

O levantamento foi feito com 20 empresas associadas à Abrainc.

Na avaliação do presidente da Abrainc, Luiz França, no momento, o principal empecilho para o setor é a alta taxa Selic.

“Precisamos de alternativas para diminuir o custo de funding para os compradores de média renda. Desse modo, o mercado imobiliário vai seguir com o desafio de gerar empregos e combater o déficit habitacional”, disse.

O Minha Casa, Minha Vida foi retomado neste ano depois de ficar praticamente parado no governo de Jair Bolsonaro. O programa de habitação do governo federal é dividido em três faixas. O limite máximo é de renda familiar até R$ 8.000, mas Lula já pediu estudos para elevar o teto para até R$ 12 mil. Se efetivado, o valor máximo do imóvel financiado pelo programa pode atingir R$ 500 mil. Hoje, ele é de R$ 350 mil.

A meta do governo federal é entregar 2 milhões de novas moradias até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo a metade na chamada faixa 1, de pessoas com renda até R$ 2.640.

As taxas de juros das parcelas do financiamento em todo o país são de 7,66% para quem tem FGTS e de 8,15% para os não cotistas do fundo —bem abaixo das taxas em torno de 10% praticadas pelos bancos por meio do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), a principal linha de crédito para a compra de imóveis.

Neste mês, o governo prevê a contratação de 188 mil unidades da linha subsidiada do programa habitacional. Outro objetivo é utilizar imóveis da União desocupados para impulsionar o atendimento às famílias mais pobres.

Para 2024, o governo Lula reservou R$ 13,7 bilhões na proposta de Orçamento de 2024 para o programa, que é uma das vitrines sociais da gestão petista.

O valor representa uma alta de 41,1% em relação à dotação atual de R$ 9,7 bilhões para 2023.