INVESTIGADO POR CORRUPÇÃO

Justiça suspende fiança de R$ 25 milhões para dono da Ultrafarma

O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, conseguiu nesta sexta, 22, uma vitória parcial no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Dono da Ultrafarma livra fiança milionária, mas segue monitorado com tornozeleira
O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso na manhã desta terça-feira (12) durante a Operação Ícaro

O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, conseguiu nesta sexta, 22, uma vitória parcial no Tribunal de Justiça de São Paulo. A Corte concedeu habeas corpus que suspende a exigência do pagamento da fiança de R$ 25 milhões, imposta como condição para sua liberdade provisória. A decisão, em caráter liminar, mantém em vigor outras medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno.

O caso é desdobramento da Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Fazenda paulista e grandes empresas. Oliveira foi preso em 12 de agosto e liberado três dias depois, mediante a fiança milionária e restrições judiciais.

Na quinta, 21, o MP paulista solicitou novamente a prisão do empresário, alegando que a fiança não havia sido paga dentro do prazo estipulado. A defesa contestou, afirmando que o prazo correto expiraria apenas no dia seguinte, 22 de agosto. Antes mesmo da definição da controvérsia, a liminar do TJ-SP acabou por afastar a cobrança da fiança, esvaziando o pedido do Ministério Público.

Decisão Judicial e Implicações

A decisão que suspendeu a fiança é liminar e pode ser revista no julgamento do mérito do habeas corpus. Até lá, o empresário seguirá em liberdade monitorada. O processo principal, que investiga o suposto esquema de corrupção, segue em andamento e deve reunir depoimentos, documentos fiscais e movimentações financeiras de empresas ligadas ao grupo.

Apesar da suspensão do valor, a Justiça reforçou que Sidney deve cumprir todas as demais obrigações: entrega do passaporte, comparecimento mensal ao juízo, proibição de contato com outros investigados e restrição de acesso a prédios da Secretaria da Fazenda.

Outro ponto de impasse foi o uso da tornozeleira eletrônica. A Polícia Penal havia retardado a instalação do equipamento, mas, diante de ameaça de multa por parte do magistrado, o dispositivo foi colocado. Desde então, Oliveira é monitorado eletronicamente e tem obrigação de permanecer em casa após as 20h.

O Impacto na Imagem de Sidney Oliveira e Ultrafarma

Fundador da Ultrafarma, uma das maiores redes de comércio de medicamentos do país, Sidney Oliveira ficou conhecido pelo modelo agressivo de descontos no setor farmacêutico e pela presença marcante em campanhas publicitárias. Nos últimos anos, passou a diversificar seus negócios, mantendo influência no setor de saúde e varejo.

O envolvimento do empresário em um caso de corrupção é visto como um duro golpe em sua imagem pública. Para investigadores, ele teria se beneficiado de esquema de favorecimento fiscal que desviava recursos dos cofres paulistas. A defesa nega irregularidades e sustenta que não há provas de sua participação direta.