SE FERRARAM

Justiça determina quebra de sigilo de contas que chamaram Felca de pedófilo

A decisão prevê que as informações sejam concedidas, em até cinco dias, pela plataformas digital sob multa diária de R$ 200

A decisão prevê que as informações sejam concedidas, em até cinco dias, pela plataformas digital sob multa diária de R$ 200
A decisão prevê que as informações sejam concedidas, em até cinco dias, pela plataformas digital sob multa diária de R$ 200

A Justiça de São Paulo concedeu a quebra de sigilo das contas que xingaram Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, de pedófilo enquanto ele produzia o vídeo “Adultização”, que já acumula 36 milhões de visualizações nas redes sociais.


Na decisão, a juíza Flavia Poyares Miranda considerou que as contas praticaram atos ilícitos e determinou que sejam fornecidos dados dos usuários do X (antigo Twitter) e canal de YouTube. Entre os dados que as empresas devem apresentar estão registros de acesso, como IPs, com data e hora, além de dados cadastrais destas contas.


A decisão prevê que as informações sejam concedidas, em até cinco dias, pela plataformas digital sob multa diária de R$ 200, limitada ao teto de 30 dias.


No ano passado, durante a produção do vídeo, usuários descobriram que o influenciador seguia contas de crianças e adolescentes com conteúdos sexualizados. Na época, o influenciador rebateu as críticas e explicou que estava produzindo um vídeo sobre o tema e, por isso, seguia essas contas.


Porém, centenas de usuários passaram a xingá-lo. Entre os comentários, se referiram a ele como “pedófilo e abusador escroto”, “nojento pedófilo e abusador”. Tiveram usuários que disseram que “o Felca tem a mente corroída pela pornografia”.


Após a publicação do vídeo, que já reúne mais de 36 milhões de visualizações, ele ingressou com uma ação contra todas as contas. Uma lista de todos os 233 perfis que o xingaram foi publicada nas redes sociais do seu advogado, João de Senzi. No processo, não é solicitada a suspensão das contas, apenas a remoção de conteúdo e os IPs.


Ele também disse que concordaria em um acordo com usuários que o xingaram caso eles doem R$ 250 para instituições que combatem a exploração sexual infantil. De acordo com o advogado, ao menos 80 pessoas já fizeram uma retratação e pagaram a doação para as instituições. Assim, o processo contra estas pessoas será descontinuado.


Em entrevista ao PodDelas, o influenciador revelou que passou a andar de carro blindado e com seguranças para se proteger de ameaçar depois de publicar vídeos com denúncias.


ADULTIZAÇÃO
No vídeo publicado na última semana, Felca citou diversos casos em que crianças têm sua imagem explorada, tanto por pais quanto por outros adultos, que lucram com os vídeos publicados. Em alguns deles, as crianças aparecem em contextos sexualizados ou frequentando ambientes com adultos, como baladas, o que é chamado de adultização.


Entre os casos, ele citou o do influenciador Hytalo Santos. Felca criticou os conteúdos promovidos por ele nas redes sociais, que incluem dinâmicas em que adolescentes se beijam, frequentam festas com consumo de bebidas alcoólicas e aparecem em danças sensuais, e o acusa de lucrar com a sexualização juvenil.


Ele é investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde 2024 sob suspeita de exploração de crianças e adolescentes e por trabalho infantil. Além disso, uma força-tarefa entrou com uma ação civil pública em que à Justiça que o influenciador não tenha mais acesso às redes sociais e que os jovens que estejam sob sua tutela retornem para suas famílias.


Hytalo foi procurado por email pela reportagem, mas não respondeu. Ele usou as redes sociais para se defender e afirmou que ele e os jovens formam uma família não tradicional. Também disse que colabora com a investigação do Ministério Público.

ISABELLA MENON