De acordo com as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar, com o seu conhecimento, presentes de alto valor recebidos por ele em viagens oficiais ao exterior. Dois foram entregues pela Arábia Saudita e outros dois pelo Bahrein.
Em depoimento sobre a investigação, Bolsonaro optou por ficar em silêncio. Em outras ocasiões, ele negou ter ordenado a venda de joias, disse que não pediu ou recebeu presentes e reiterou que não há “qualquer ilegalidade”.
Enquanto o crime de associação criminosa tem penas de cinco a dez anos de reclusão, o de peculato está tipificado no artigo 312 do Código Penal, com penas de dois a 12 anos de reclusão, além de multa. Já a lavagem de dinheiro pode resultar em penas que vão de três a dez anos de detenção.
No inquérito, a PF aponta a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-presidente que teria atuado para desviar joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele como representante do Estado brasileiro.
Entre os presentes negociados estão relógios das marcas Rolex e Patek Philippe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60.
Nesse caso, o ex-ajudante de ordens esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender a peça. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do oficial e outra imagem mostra seu pai refletido em outro item.
Texto de: Paolla Serra