Luiza Mello
O senador Jader Barbalho foi o convidado do jornalista Mauro Bonna, no programa “Argumento” que foi ao ar ontem (9), pela RBATV. O jornalista abriu o programa lembrando que o parlamentar foi o primeiro entrevistado do Argumento, há 35 anos, por ocasião da inauguração da RBA, quando Jader Barbalho era ministro da Previdência Social. O senador festejou a oportunidade de participar novamente do programa.
O primeiro tema tratado pelo jornalista foi sobre a economia brasileira, que apresenta sinais de melhoras. “O senhor percebe isso ou é apenas simpatia com o ministro Haddad?”, brincou o apresentador. “Acho que o Brasil, depois de ter passado um período de muitas dificuldades com o governo anterior, além de ter enfrentado a pandemia, que criou danos não apenas à saúde pública no Brasil, mas também à economia, se verifica que há uma melhora em relação aos índices econômicos brasileiros, no que diz respeito à geração de empregos e também à possibilidade de consumo por parte da população, o que é fundamental, ou seja, que a população tenha a oportunidade de trabalho e tenha também a oportunidade de consumir. Então já é possível notar que há um ambiente novo no país e um ambiente que indica que teremos a possibilidade de ter um futuro melhor”, disse o senador.
Bonna perguntou também sobre a posição de Jader Barbalho sobre o projeto de reforma tributária que tramita no Senado. “É um instrumento da maior importância e creio que o Senado vai aperfeiçoar a proposta votada na Câmara dos Deputados, com a possibilidade de ouvir o contraditório, com contribuições de quem possa dar neste momento, porque é um instrumento que interfere na vida da sociedade brasileira e individualmente na vida das pessoas”, defendeu o senador.
Jader lembrou que no período da ditadura militar no Brasil, não havia oportunidade de o Congresso Nacional apresentar sugestões para melhorar as matérias a serem votadas. “Era a época em que os militares governavam por meio de decretos-lei, um ato de cima para baixo, quando não havia oportunidade de se discutir e nem apresentar emendas para aperfeiçoar a proposta”, relembrou ao afirmar que a reforma tributária implica na vida de todos os brasileiros, “implica na vida daquilo que nós chamamos de pessoa física, que somos nós individualmente, certo, e das pessoas jurídicas, das empresas”.
Outro tema abordado durante a entrevista foi o empenho do senador para mudar o sistema tarifário das contas de energia dos paraenses, que hoje pagam a tarifa mais alta do Brasil. “Convoquei o presidente Aneel [Sandoval Feitosa, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica] para comparecer à Comissão de Infraestrutura do Senado, para explicar a composição dessa tarifa. O Pará há muito contribui com o restante do Brasil. Primeiro contribui com Tucuruí, hoje contribui com Belo Monte”, frisou.
“Somos um produtor de energia e entregador de energia para o restante do Brasil. Em compensação, nos assusta essa questão da tarifa, principalmente a tarifa residencial, que afeta tanto quem tem recurso, quem é rico, e afeta o pobre. Eu me recordo que, como governador, eu, preocupado, inclusive, com essa questão, me lembro que nós fizemos aqui a tarifa legal, até com isenções de consumo”, disse.
MINHA CASA
Jader Barbalho também falou sobre o programa Minha Casa Minha Vida, cuja gestão é feita por Jader Barbalho Filho, no Ministério das Cidades. “Acredito que esse é, seguramente, salvo engano da minha parte, o programa social mais importante do governo Lula”, afirma. “Em primeiro lugar listo a construção, fundamentalmente a construção civil, geradora de emprego, de mão de obra neste setor tão fundamental para os brasileiros. Por outro lado, a questão habitacional. A casa é um ponto de apoio para a família. Não tenho a menor dúvida de que o presidente Lula, priorizou um dos programas de maior resultado junto às famílias brasileiras”.
“Nosso ministro, Jader Filho, está expandindo o Minha Casa Minha Vida por todo o Brasil, inclusive aqui no Pará, e devemos festejar isso. Não é por ser meu filho, fato é que ele é conhecedor da nossa realidade social e me entusiasma que o presidente Lula esteja cada vez mais interessado nas questões habitacionais”, destacou o entrevistado. Jader falou ainda sobre o Novo PAC e os impactos que o programa de obras do governo federal terão em todo o país, sobretudo no Pará. “Vamos festejar que o presidente possa investir em obras de infraestrutura para o Brasil, em vários segmentos, em vários setores e que também continue a investir e considerando prioritário o Minha Casa, Minha Vida. Acho que não há concorrência, pelo contrário, deve haver atenção tanto com o PAC como também com o Minha Casa, Minha Vida”, frisou.
“E o pai de um ministro no Congresso Nacional recebe algum tipo de pressão, pressão do bem, pedido, demandas?”, questionou Mauro Bonna. “Não, pelo contrário, eu tenho a registrar que tenho ficado muito feliz porque as pessoas que me procuram – meus colegas, senadores, deputados – o fazem para elogiar o Jader Filho, sobre a forma com que ele atende, como ele é atencioso, como ele é prestativo e eu fico muito orgulhoso, fico muito orgulhoso”, respondeu o senador.
E completou: “Eu não faço tutela, não tenho nenhum auxiliar indicado ao governo do Helder. Não tenho nenhum. Não é que o Helder tenha me negado, é porque eu sei que o governador tem experiência, formou sua excelente equipe. Estou sempre pronto a responder quando sou consultado por outras pessoas, inclusive pelos meus filhos, tenho a honra de poder dar minha opinião, sem tutelar. Ser o pai de um governador é um título que eu não sabia que iria herdar do meu pai, porque meu pai também foi pai de governador”, completou.
Mauro Bonna também questionou sobre as emendas parlamentares destinadas aos municípios paraenses. “Faço questão de receber todos que me procuram em meu gabinete. Recebo as demandas e busco atender, com minha cota parlamentar, com o que tenho no orçamento para destinar, não apenas os municípios, mas também entidades que nos procuram. Minha equipe é ativa e tem ligações com a Comissão de Orçamento, tem ligações com os ministérios para verificar onde posso conseguir mais recursos, onde há recurso disponível para as prefeituras. Com isso eu oriento os prefeitos e coloco minha equipe à disposição para darem orientação sobre como as prefeituras podem se cadastrar em diversos programas do governo federal para obterem mais recursos para seus municípios, e contribuírem para melhorar a vida dos nossos paraenses”, disse.
Jader Barbalho falou sobre outros temas, como o início das obras do derrocamento do Pedral do Lourenço, sobre a Amazônia e sua importância para o planeta, entre outras questões levantadas por Mauro Bonna.