O Brasil já registra 36 casos confirmados de intoxicação por metanol e sete mortes provocadas pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, segundo dados atualizados nesta quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde. Outros 156 casos seguem em investigação e 362 já foram descartados. Há ainda 11 óbitos sob análise. As informações foram apresentadas pelo diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Edenilo Baltazar Barreira Filho, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
O estado de São Paulo concentra a maioria dos registros, com 28 casos confirmados e 100 em apuração. Nesta quarta-feira, o município de Jundiaí confirmou mais uma morte relacionada à intoxicação, elevando para seis o total de óbitos no estado. Pernambuco também confirmou duas mortes, enquanto o Paraná investiga um caso suspeito de morte por metanol. No estado paranaense, quatro pessoas foram diagnosticadas com intoxicação, duas delas já receberam alta e outras duas seguem internadas.
Apesar de as notificações apresentarem leve desaceleração nos últimos dias, autoridades alertam que o surto ainda não está controlado. O metanol — também conhecido como álcool metílico — é uma substância altamente tóxica, usada normalmente como solvente industrial e combustível. Quando ingerido, o organismo o converte em formaldeído e ácido fórmico, compostos que causam graves danos ao sistema nervoso, aos rins e, especialmente, ao nervo óptico. Pequenas doses podem provocar cegueira irreversível e, em casos mais graves, levar à morte.
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Sintomas e Riscos da Intoxicação por Metanol
Os sintomas iniciais incluem visão turva, tontura, náuseas, dor abdominal, confusão mental e respiração acelerada. O tratamento imediato é fundamental para evitar sequelas, e qualquer suspeita deve ser encaminhada rapidamente a um serviço de emergência. As investigações da Polícia Civil apontam que parte das bebidas adulteradas pode ter sido produzida em fábricas clandestinas, com o uso de etanol misturado a metanol. Há indícios de que frascos e garrafas originais estejam sendo reutilizados para enganar consumidores.
Alerta das Autoridades e Orientações à População
O Ministério da Saúde e as secretarias estaduais reforçam o alerta à população: as bebidas devem ser adquiridas apenas em estabelecimentos de confiança, com rótulo legível, número de lote e nota fiscal. Mesmo com a redução no ritmo das notificações, as autoridades sanitárias insistem que não é momento de relaxar a vigilância. O consumo de álcool de procedência duvidosa representa um risco real e crescente à saúde pública.
