MORADIA

Impulsionados pelo Minha Casa, Minha Vida, vendas e lançamentos de imóveis crescem 15%

Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre deste ano, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre deste ano, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre deste ano, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV). FOTO: Ricardo Stuckert

Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre deste ano, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV). De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 102.485 unidades residenciais foram vendidas entre janeiro e março, um aumento de 15,7% ante igual período do ano passado.

Os números consideram uma amostra de 221 cidades, que inclui as capitais dos 26 estados e do Distrito Federal e outras grandes cidades. Já os lançamentos de imóveis totalizaram 84.924 unidades nas mesmas localidades, com alta de 15,1% na comparação anual. O levantamento faz parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, desenvolvido em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

Em 12 meses, o volume de lançamentos chegou a 407.949 unidades e as vendas alcançaram o número de 418.136, ambos os indicadores com crescimento de 22,5%. Já a oferta final de imóveis caiu para 287.980 unidades, uma redução de 4,6%, o que, segundo a CBIC, sinaliza uma forte absorção pelo mercado.

O Impacto do MCMV no Mercado Imobiliário

O principal protagonista desse movimento foi o MCMV, que respondeu por metade dos lançamentos (53%) e das vendas (47%). No programa, o público-alvo tem acesso a subsídios ou a crédito mais barato para adquirir imóveis, a depender da faixa de renda. Até abril, o público era restrito a quem tinha renda de até R$ 8 mil mensais, mas, neste mês, foi lançada a faixa 4 do programa, o que o ampliou o acesso para rendimentos de até R$ 12 mil.

No primeiro trimestre de 2025, os novos imóveis do MCMV somaram 44.734 unidades, um aumento de 31,7% ante o período de janeiro a março de 2024. Já as vendas chegaram a 47.800 unidades, avanço de 40,9% na mesma base de comparação.

Segundo a CBIC, a maior presença do programa é explicada pelas condições de crédito mais acessíveis, com juros reais próximos de zero, e pelo aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais, como mostrou o GLOBO em fevereiro.

Declarações da CBIC e Brain Inteligência Estratégica

“Mesmo em um cenário de crédito caro, o brasileiro segue acreditando no investimento em moradia. A força do MCMV, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC, em nota veiculada pela entidade.

Segundo a CBIC, os bons resultados se concentram em regiões onde o MCMV é dominante, como o Norte e o Nordeste. No Sudeste, especialmente em São Paulo, também houve destaque nos lançamentos do programa. “Ao todo, o tempo médio de escoamento da oferta no MCMV caiu para 6,5 meses, sinal de forte procura”, informou Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica.

Esse número significa que, se não houvesse novos lançamentos, a oferta final se esgotaria em 6,5 meses, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses. No último trimestre de 2024, o tempo médio era de 7,4 meses e, entre janeiro e março do ano passado, de 8,3 meses. Considerando todos os padrões de imóveis, esse prazo é de 8 meses.

Isso tudo aconteceu mesmo com o aumento de preços de imóveis. Segundo a CBIC, o preço médio subiu 1,9% no trimestre, acompanhando o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

A CBIC ainda projeta que o mercado imobiliário se mantenha em patamar elevado ao longo de 2025, especialmente com o lançamento da faixa 4 do MCMV.

“A resiliência do mercado imobiliário é evidente. A despeito da Selic elevada e das incertezas macroeconômicas, o desejo do brasileiro pela casa própria continua movendo o setor”, afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP e conselheiro da CBIC.

Texto de: Thaís Barcellos