O iFood
firmou um acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e com a
Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro para que seus
entregadores de moto sejam liberados mais rapidamente de blitze.
A empresa
diz ter desenvolvido uma tecnologia que se integra ao sistema de informações da
polícia. Assim, quando o motoboy é parado pela fiscalização, ele fornece alguns
dados pessoais que, quando checados pelo policial, confirmam que ele está a
trabalho.
Novidade: iFood inicia entrega por drones
“Não há
nenhum compartilhamento de dados, mas é possível, de forma totalmente
automatizada e atualizada, confirmar o cadastro de quem segue ativo no
aplicativo e se está em rota de entrega”, afirma o iFood.
A tecnologia
foi desenvolvida após pressão de entregadores e de consumidores, que estariam reclamando
de atrasos.
Em São
Paulo, o acordo já está ativo e, no Rio de Janeiro, com a assinatura nesta
semana, o sistema deverá começar a valer nos próximos dias.
Segundo o
iFood, outras regiões já foram mapeadas e seguem em negociações para expansão,
entre elas Ceará, Distrito Federal e Pernambuco.
A PM do Rio
diz que o acordo de cooperação foi iniciado a partir de uma série de denúncias
de que criminosos utilizavam itens com a marca da empresa para iludir as
vítimas e cometer roubos e furtos.
Procurada, a
Secretária de Segurança Pública de São Paulo não respondeu até a publicação
desta reportagem.
Desde maio,
quando foi implantada a Operação Sufoco, a polícia paulista intensificou a
fiscalização de motoboys para tentar identificar falsos entregadores.
A operação
foi adotada por causa da morte de Renan Silva Loureiro, 20, assassinado por um
falso entregador na zona sul da cidade, durante um assalto. Durante o anúncio
da operação, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) afirmou que “em São Paulo,
o bandido que levantar arma para a polícia vai levar bala”.
Reportagem
do jornal Folha de S.Paulo já havia mostrado que uma onda de roubos feitos por
criminosos em motos estava levando medo aos moradores da capital paulista.
Muitas vezes disfarçados de entregadores de aplicativos, os ladrões costumavam
agir rápido, em qualquer horário do dia, e ameaçam as vítimas com arma e aos
gritos.
Bolsas com
logomarcas semelhantes as das empresa de entrega por aplicativo podem ser
compradas pela internet.
Desde a
implantação da operação, motoboys fizeram uma série de protestos na cidade de
São Paulo contra a rigidez nas abordagens.
Na época, o
sindicato da categoria entregou à Secretaria da Segurança Pública uma proposta
para criação de um cadastro, com número e a placa da motocicleta registrado no
baú –a entidade que representa os motoboys é contra o uso de mochilas ou
bolsas.
“O
iFood é favorável ao uso da tecnologia no cenário da segurança pública, pois
desburocratiza o processo e traz uma solução viável e atualizada para confirmar
parceiros”, diz João Sabino, diretor de políticas públicas do iFood.
“Precisamos garantir a flexibilidade, autonomia e segurança de todos que
atuam em plataformas.”