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IBGE vai traçar perfil do orçamento familiar no Brasil

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2024/2025, é a maior já realizada no Brasil, com início marcado para 5 de novembro.

Pesquisa tem início marcado para 5 de novembro. foto: Tânia rego / agência brasil
Pesquisa tem início marcado para 5 de novembro. foto: Tânia rego / agência brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início nesta terça-feira (8) a apresentação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2024/2025, a maior já realizada no Brasil, com início marcado para 5 de novembro. O evento, que ocorreu na Casa Brasil IBGE, localizada no Palácio da Fazenda, centro do Rio de Janeiro (RJ), teve  transmissões coletivas para as Superintendências Estaduais do Instituto no país, nos Estados do Amazonas, Pará, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina e Sergipe.

Em Belém, na sede do IBGE, localizada no bairro São Brás, contou com a participação do superintendente do IBGE no Pará, Rony Cordeiro, e do coordenador da POF no Pará, Luiz Cláudio Martins, que apresentaram dados da POF de 2017 sobre a insegurança alimentar, tendo o Pará como o Estado o terceiro na proporção federal (61,2%). Abordado durante a transmissão, a POF serve para atualizar a lista de itens de consumo que são utilizados como base no cálculo da inflação oficial do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

Por meio de questionários minuciosos, o IBGE consegue identificar como as famílias distribuem seus gastos, incluindo despesas com alimentação, vestuário, medicamentos e transporte, como passagens de ônibus. Nesta edição, pela primeira vez, será incluído um módulo que investigará o uso do tempo pelos brasileiros.

Rony Cordeiro, superintendente do IBGE no Pará, destacou que a pesquisa será realizada ao longo de 1 ano, com entrevistas presenciais em 103 municípios do Estado do Pará, totalizando cerca de 4 mil domicílios visitados. “Nós temos aproximadamente 50 técnicos trabalhando na POF, e a previsão é que esse trabalho dure os próximos 12 meses. A pesquisa é dividida em quatro trimestres para que possamos realizar todas as entrevistas presencialmente”, explicou. Ele reforçou ainda que a pesquisa não se limita aos gastos familiares. “Ela trata de temas como a aquisição de bens e serviços, despesas de consumo e, também, questões como saúde, segurança alimentar e qualidade de vida”.

O desafio logístico de realizar a POF em um estado com dimensões continentais como o Pará, onde é impossível cobrir todos os domicílios, determina “a POF [como] uma pesquisa amostral, como o PNAD Contínua [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua], o que significa que visitamos uma parcela representativa da população”, afirmou o superintendente.

Luiz Cláudio Martins, coordenador da POF no Pará, ressaltou a importância da conexão nacional entre as superintendências estaduais do IBGE, destacando que a pesquisa não só fornece um retrato local, mas contribui para um entendimento global da realidade socioeconômica do Brasil. “Existe uma escala brasileira de insegurança alimentar, que é justamente utilizada para aferir a questão da insegurança alimentar nos domicílios. E, para a gente ter um retrato nacional, a gente precisa que a pesquisa seja realizada em todo o território. A gente precisa ter essa conexão entre as várias superintendências do IBGE para que o trabalho aconteça na mesma sintonia”, disse.

A pesquisa segue no foco da insegurança alimentar e da qualidade de vida, relembra o coordenador. A POF também desempenha um papel crucial ao ajustar o peso de bens e serviços no cálculo do IPCA. “Itens que há cinco anos tinham pouca relevância podem, agora, ser mais representativos no orçamento familiar. A pesquisa nos permite identificar essas mudanças e ajustar os índices de preços de forma mais precisa”, acrescentou.

Ele reforçou o pedido para que as famílias participem ativamente do levantamento, recebendo os técnicos do IBGE em suas casas. “É fundamental que as pessoas abram suas portas para a POF, pois a partir desses dados podemos criar políticas que realmente atendam às necessidades da população, especialmente em áreas como insegurança alimentar”, frisou.

A expectativa é que os resultados da pesquisa sejam divulgados em 2026, fornecendo um panorama detalhado da vida cotidiana das famílias brasileiras e subsidiando tanto decisões governamentais quanto iniciativas da sociedade civil voltadas à melhoria da qualidade de vida.