
Com o recente alerta do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) sobre o risco de apagões no Brasil, a Abrasel volta a defender a retomada do horário de verão. Extinta desde 2019, a medida é considerada uma solução prática e de baixo custo para aliviar a sobrecarga do sistema elétrico, especialmente no período de pico entre 18h e 21h.
Com os reservatórios de água em São Paulo no menor nível em 10 anos e a dificuldade do ONS em controlar e estabilizar o sistema elétrico, o risco de apagão em 2026 aumentou de 10% para 30%. Para evitar interrupções no fornecimento, o governo pode recorrer às termoelétricas.
“No ano em que o Brasil sedia a COP30, recorrer a termoelétricas, que são as usinas mais poluentes, é incoerente — ainda mais considerando que há a possibilidade de mitigar ao menos parte da situação com a volta do horário de verão ainda neste ano”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Além do impacto direto sobre o sistema elétrico, a entidade destaca os ganhos econômicos e sociais. Com mais luz natural no fim do dia, bares e restaurantes podem registrar um aumento de até 50% no movimento entre 18h e 21h, o que representaria um acréscimo de 10% a 15% no faturamento mensal dos estabelecimentos.
A medida também conta com apoio da população. Uma pesquisa realizada pelo site Reclame AQUI, em parceria com a Abrasel, mostra que 55% dos entrevistados são favoráveis ao horário de verão. Entre os respondentes, 51,7% acreditam que a medida é benéfica para o comércio e os serviços, e 43,6% consideram que ela ajuda a economizar energia.
Outros benefícios apontados incluem:
- Maior sensação de segurança pública
- Mais tempo para lazer e convívio social
- Estímulo à prática de atividades físicas
- Menor dependência de fontes poluentes, como as termoelétricas
“A volta do horário de verão é uma pauta que une responsabilidade e desejo coletivo. É uma medida que ajuda a evitar apagões, estimula o comércio e melhora a rotina de milhões de brasileiros. O governo tem nas mãos uma ação simples e eficaz”, conclui Solmucci.