HISTÓRIA

Hoje é dia de celebrar os reis magos

Descubra a história e o significado do Dia de Reis, a celebração cristã que marca a visita dos Reis Magos ao menino Jesus.

O dia 6 de janeiro representa a visita de Baltasar, Gaspar e Melchior ao menino Jesus, doze dias após seu nascimento, mas gesto também ganhou novos significados culturais ao longo dos séculos em todo o mundo
O dia 6 de janeiro representa a visita de Baltasar, Gaspar e Melchior ao menino Jesus, doze dias após seu nascimento, mas gesto também ganhou novos significados culturais ao longo dos séculos em todo o mundo

Neste dia 6 de janeiro, cristãos celebram o Dia de Reis, data que remonta à visita dos reis magos – Baltasar, Gaspar e Melchior – ao menino Jesus, doze dias após seu nascimento. A origem da celebração remonta aos primeiros séculos do cristianismo, e é realizada no Brasil pela Igreja Católica, trazida pelos portugueses durante a colonização. A data também é conhecida ainda como Folia dos Reis, Terno dos Reis, Santos dos Reis e o Dia da Epifania, marcando a manifestação de Jesus Cristo como salvador de todos os povos.

De acordo com a cientista da religião e doutora em antropologia Sônia Albuquerque, o Dia de Reis é baseado na narrativa bíblica dos magos que seguiram a estrela-guia para presentear o menino Jesus com ouro, incenso e mirra; na teologia cristã, os presentes trazidos refletem a realeza, a divindade e o sacrifício de Cristo, respectivamente. Para ela, a data possui camadas teológicas e históricas.

“No significado teológico, a visita dos reis magos simboliza a universalidade do cristianismo, demonstrando que a mensagem de Jesus transcende barreiras culturais e religiosas”, explica. “Já historicamente, por ser discutido a partir das influências ritualísticas e festividades; é marcado por celebrações populares, por Reisados e Ternos de Reis e Reis Magos”, acrescenta.

POPULARES

Essas manifestações populares são atualizações contemporâneas da passagem bíblica, muitas vezes transformadas em celebrações comunitárias que unem fé e cultura. O Terno de Reis, por exemplo, consiste em grupos de músicos que percorrem as ruas e casas das cidades cantando e tocando músicas de louvor e celebração.

A comemoração do Dia de Reis, no entanto, não se limita ao aspecto religioso. Ela evoluiu ao longo dos séculos, adaptando-se às culturas locais. “Em contextos latino-americanos e afro-brasileiros, a data ganha uma dimensão inter-religiosa, abrindo espaço para reflexões sobre inclusão e diálogo religioso”, destaca.

A data, ainda, encerra o ciclo natalino, sendo o momento que as decorações natalinas são desmontadas. Além de desmontar a árvore de Natal e queimar as palhinhas, no Brasil as diferenças regionais tornam o Dia de Reis ainda mais rico. Essas celebrações mostram como as culturas locais ressignificam a tradição. No Nordeste, é tradicional a realização de Folias de Reis, uma celebração que mistura música, dança e teatro. Albuquerque recorda que já presenciou algumas delas.

“Enquanto em Minas Gerais a data é marcada por comidas típicas como torresmo, e em Belém surgem manifestações que incluem danças, cantos e até pratos tradicionais adaptados, como maniçoba e tacacá”, aborda.

O dia inspira a reflexão sobre generosidade e gratidão. “Simbolicamente, é um momento para oferecer o que temos de mais valioso e reconhecer o valor daquilo que nos é oferecido. É uma celebração que nos convida à generosidade e à valorização do outro”, conclui.