Em dezembro de 2022, um grupo de militares bolsonaristas, conhecido como “kids pretos”, planejava realizar um atentado contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O plano envolvia um arsenal pesado, incluindo fuzis, metralhadoras, granadas e até a possibilidade de envenenar o petista com uma substância que causaria “um colapso orgânico”.
Documentos Apreendidos Revelam o Plano dos Golpistas
A Polícia Federal (PF) obteve documentos cruciais através do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações revelaram um plano detalhado de assassinato. Entre os golpistas identificados, estavam quatro militares e um policial federal, que foram presos em 19 de novembro de 2024 após a representação ao STF.
Identificação dos Golpistas e Apreensão de Arsenal de Guerra
Os detidos incluem os militares Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mário Fernandes, além do policial federal Wladimir Matos Soares. Soares, que estava na segurança pessoal de Lula, fornecia informações sobre os passos do presidente eleito aos golpistas.
Os documentos apreendidos pela PF detalham um arsenal de guerra, incluindo:
- Metralhadora Mtr M249
- Lança-granadas
- Lança-rojão (usado por forças armadas para neutralizar veículos blindados)
- Coletes à prova de balas
- Rádios de baixa frequência
- Celulares descartáveis
- Pistolas e fuzis
- Munição não rastreável
- Granadas
A PF destacou que esse tipo de armamento é comumente utilizado por grupos paramilitares e forças de combate especializadas.
Preparação e Logística do Plano de Atentado
O plano de atentado era minucioso. Os golpistas haviam planejado a execução em uma janela de oito horas, após duas semanas de preparação. Para a execução do crime, os golpistas contavam com veículos SUV blindados e de placas oficiais. A Polícia Federal, no entanto, não conseguiu identificar a origem dos veículos e equipamentos.
Além disso, as investigações mostraram que os golpistas tentaram sequestrar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022. Eles se posicionaram estrategicamente em Brasília, próximos ao STF e à residência de Moraes, mas o plano foi abortado devido ao encerramento antecipado de um julgamento no STF, que alterou a rotina do ministro.