Nathalia Garcia, Danielle Brant e Marianna Holanda/Folhapress
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará até a próxima sexta-feira (24) uma nova reunião em busca de um acordo para o impasse gerado pela redução do teto da taxa de juros do crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de 2,14% para 1,70% ao mês. O encontro contará com a participação de representantes do sistema financeiro e dos bancos.
“Após reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da Previdência Social, Carlos Lupi, e outras autoridades, ficou acordado que uma nova reunião será realizada até sexta-feira (24) com representantes do sistema financeiro, dos bancos e do governo para discutir a taxa de juros do consignado”, informou a Casa Civil em nota. “A expectativa é chegar a um acordo sobre a taxa. Há previsão de que na próxima semana, o ministro da Previdência convoque uma nova reunião do Conselho Nacional da Previdência Social para discutir o tema”, acrescentou.
Na reunião desta segunda, segundo fontes a par das conversas, foi citada como factível por alguns interlocutores uma faixa entre 1,9% e 2% –antes do corte, os bancos defendiam que o teto caísse de 2,14% para 2,08%.
Caso se alcance um acordo na reunião que ocorrerá até sexta, o conselho poderia rever a decisão na próxima semana, possivelmente na terça-feira (28).
O novo encontro foi acordado após reunião entre os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Carlos Lupi (Previdência Social) no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (20).
Participaram também da reunião os secretários-executivos da Fazenda, Gabriel Galípolo, e do Ministério Trabalho e Emprego, Francisco Macena, além das presidentes da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Segundo interlocutores do sistema bancário, o Ministério da Fazenda irá intermediar um grupo de trabalho com diversos atores para se pensar em uma saída e encontrar uma solução para o impasse.
Como a Folha de S. Paulo mostrou, a redução do teto dos juros do empréstimo consignado do INSS de 2,14% para 1,7% foi resultado de um ruído entre Lupi e o Palácio do Planalto.
De acordo com relatos de integrantes do governo, a medida chegou a ser apresentada a Lula em reunião no último dia 8 e o mandatário deu aval para que a proposta começasse a tramitar internamente e ouvisse ministérios envolvidos, em especial a Fazenda.
Lupi, por sua vez, teria entendido que poderia manter a análise do tema na reunião do CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) realizada na segunda-feira (13).