TECNOLOGIA

Google anuncia inteligência artificial para o setor público no Brasil

O Google lançou uma ferramenta de inteligência artificial voltada para agências governamentais brasileiras.

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Google anuncia inteligência artificial para o setor público no Brasil; conheça outros lançamentos

O Google lançou uma ferramenta de inteligência artificial voltada para agências governamentais brasileiras, que promete acelerar processos e melhorar o serviço para os cidadãos. O anúncio da Gemini for Government aconteceu durante o evento Cloud Summit, em São Paulo, nesta quarta (10).

O serviço será ancorado no Agentspace, plataforma do Google Cloud que cria sistemas de software autônomos em nome de empresas e funcionários. Serão disponibilizados recursos de pesquisa empresarial, geração de foto e vídeo, NotebookLM (para análise de dados) e Gemini (assistente de IA).

Segundo a empresa, dados governamentais confidenciais serão protegidos por uma infraestrutura de nuvem segura, na qual os órgãos públicos poderão manter informações sensíveis em seus próprios data centers.

A big tech também apresentou o Gemini for Education, voltado para universidades brasileiras. O sistema permitirá que instituições acadêmicas utilizem os modelos de IA premium do Google para facilitar pesquisas e outras atividades educacionais, dentro do próprio Workspace for Education.

“Se você estiver atrasado para uma reunião, a inteligência artificial pode fazer anotações por você”, explicou o CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, durante o evento.

Um levantamento do Google que ouviu líderes de negócios com receita anual superior a US$ 10 milhões observou que os agentes de IA estão sendo implementados, principalmente, nas áreas de marketing (55%), experiência do cliente (54%) e cibersegurança (52%).

Outro lançamento foi a tradução simultânea no Google Meet para o Workspace. O recurso, ainda em fase de testes, permitirá que clientes empresariais traduzam reuniões quase em tempo real, com preservação da voz e entonação do usuário. Inicialmente, clientes do Brasil poderão converter do português, espanhol, italiano, francês e alemão para o inglês, e vice-versa.

Na área de infraestrutura, foi confirmada a chegada das TPUs v6, chips criados pelo Google para treinar e rodar modelos de inteligência artificial em larga escala. Instaladas em São Paulo, as chamadas Trillium prometem até quatro vezes mais desempenho e 67% mais eficiência energética do que a geração anterior. O avanço permitirá executar localmente modelos como o Gemini 2.5, integrado ao Vertex AI, com menor latência para clientes brasileiros.
Para desenvolvedores, o Gemini CLI ganhou extensões que simplificam a implantação de aplicativos no Cloud Run e a análise de segurança de códigos no GitHub. Já o Firebase recebeu atualizações para facilitar o uso de IA em aplicativos, incluindo integração com o Gemini 2.5, edição de imagens geradas por algoritmos e monitoramento de dados em tempo real.

GOOGLE QUER CAPACITAR BRASILEIROS EM IA

A empresa também prepara um evento deve treinar 200 mil pessoas em inteligência artificial generativa em apenas um dia, em formato híbrido, no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México. O Capacita+ IA está marcado para 6 de dezembro e busca entrar para o Guinness World Records como a maior aula simultânea de IA já realizada.

O evento será gratuito e realizado em formato híbrido e simultâneo, com sessões presenciais em 50 universidades dos seis países envolvidos, sendo 20 brasileiras, incluindo instituições como o Senai-SP, PUC-MG, Insper, Vitru, Mackenzie e Cogna. Também haverá uma transmissão online em parceria com a Alura, no Brasil.

Poderão participar profissionais não necessariamente da área de tecnologia e estudantes de
diversas carreiras. O objetivo é atingir a meta estabelecida pelo Google Cloud em abril deste ano, de treinar 1 milhão de brasileiros em IA e nuvem nos próximos anos.

O conteúdo deverá abranger desde conceitos fundamentais, como a diferença entre IA e Machine Learning e o papel dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs), até o uso prático de ferramentas como o Gemini para Google Workspace. Haverá um foco especial em engenharia de prompts e na experiência “no-code”, que permite o uso da IA sem a necessidade de conhecimentos em programação.

Levantamento realizado pelo Google com 3.569 residentes da América Latina apontou que 43% dos profissionais aprendem sobre IA de forma autodidata; no Brasil, 47% buscam conhecimento por meio de pesquisas na internet.

Além disso, obter domínio sobre o uso dos assistentes de IA nos próximos dois a cinco anos é prioridade para 30% dos latinoamericanos; a nível de comparação, 32% consideram o aprendizado de outros idiomas uma prioridade em dois a cinco anos.