TECNOLOGIA

Futurecom tem debates sobre tecnologias sustentáveis e a COP 30

Um dos maios importantes eventos de tecnologia e telecomunicações da América Latina, o Futurecom, começou nesta terça(30), em São Paulo

Nesta terça-feira (30), ocorreu o painel “Soluções limpas para cidades resilientes, inteligentes e sustentáveis” No Futurecom Fotos: Rubia LIma
Nesta terça-feira (30), ocorreu o painel “Soluções limpas para cidades resilientes, inteligentes e sustentáveis” No Futurecom Fotos: Rubia LIma

De São Paulo

Um dos maios importantes eventos de tecnologia e telecomunicações da América Latina começou nesta terça-feira (30), em São Paulo: o Futurecom, que reunirá cerca de 300 marcas expositoras distribuídas em uma área de mais de 25 mil m². A 30ª edição do evento será realizada de 30 de setembro a 2 de outubro, no São Paulo Expo, na capital paulista, e reune um robusto ecossistema de inovação, com mais de 200 horas de conteúdo e cerca de 500 palestrantes.

Entre os debates, estão os realizados pelo o IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade) sobre no uso de tecnologias para promover a sustentabilidade e na busca por soluções para cidades limpas e inteligentes, principalmente no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada em Belém.

Em painéis nos dias 30 de setembro, 10h30, e em 1º de outubro, 11h30, seis especialistas do IEEE discutirão temas como a aplicação de gêmeos digitais, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Blockchain e outras tecnologias que podem ser usadas na prevenção de desastres naturais, mobilidade urbana, agricultura e segurança.

Os cientistas do IEEE, vindo das mais importantes universidades brasileiras (USP, Unicamp, UnB, UFRB, UFRA e UFCG) e espalhados por diferentes regiões do país, ressaltam que a realização da COP30 no Pará, com todos os olhares do mundo voltados para o Brasil, reforça a necessidade de avançar em estudos, pesquisas e no desenvolvimento de soluções que tenham impacto real no desenvolvimento sustentável e no meio ambiente.

 Nesta terça-feira (30), ocorreu o painel “Soluções limpas para cidades resilientes, inteligentes e sustentáveis”, com Tereza Carvalho, engenheira e professora da (Poli-USP) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; Vanessa Schramm, pesquisadora e professora da (UFCG) Universidade Federal de Campina Grande e Otávio Chase, engenheiro e professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Entre os temas abordados, a aplicação da Internet das Coisas e do blockchain para monitoramento e rastreamento na proteção da Amazônia e uso dos recursos sustentáveis da maior floresta tropical do mundo para fomentar a bioeconomia da região. Além de como a transformação digital pode contribuir para um planeta mais sustentável.

O palestrante paraense Otávio Chase trouxe um panorama das fontes energéticas e ambientais no Brasil, consumo energético da IA e seu impacto, e destaque para potencial da energia solar. Segundo Chase, existem quatro novos datacenters em implantação no Brasil (no Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), com foco em dados para Inteligência Artificial, mas o grande desafio é como conciliar o funcionamento dessas estruturas com o meio ambiente.

Para ele, uma das soluções é investir em energia de matriz fotovoltaica (energia solar) e em pesquisas para reduzir o uso de água para refrigeração dos datacenters. “Nós somos uma potência em energia sustentável, com 60% da energia proveniente de hidrelétricas, além de 25% de energia solar. São soluções energéticas sustentáveis, mas a Inteligência Artificial só irá evoluir integrando esse sistema a geração de energia sustentável”.

            Tereza Carvalho apresentou tecnologias que podem ser usadas para a bioeconomia, como a produção do chocolate a partir do cacau na Amazônia, como a fábrica abrigada em domos geodésicos alimentados por energia solar e montados em meio à floresta na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. “É possível proteger a floresta para que as pessoas não só possam poder ter ganhos financeiros, como que tenham esse desejo de proteção ao meio ambiente”.

            Ela cita ainda a criação de biobancos de produtos da Amazônia para a produção de fármacos e outros produtos e o uso de blockchain para rastreabilidade de produtos e controle de máquinas. Outros projetos importantes surgem a partir da Economia Circular, com uso de tecnologias limpas, como as que extraem os resíduos de cacau para criação de novos produtos, como o nibs.

            Já Vanessa Schramm trouxe exemplos de tecnologias com aplicações a partir da transformação digital e as chamadas megatendências tecnológicas, como a Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Computação em nuvem e os desafios para a sociedade. “É possível tornar a agricultura mais sustentável, além de outros campos como a construção civil. Temos tecnologias para resolver os grandes desafios da humanidade, mas precisamos saber como lidar com isso na sociedade”.    Sobre a Inteligência Artificial, Vanessa considera importante investir em modelos que não apenas sejam treinados para desenvolver atividades, mas tenham capacidade de aprendizado em favor do ser humano. 

FUTURECOM

O Futurecom ocorre até esta quinta-feira, 2 de outubro. É a maior plataforma de conectividade, tecnologia e inovação para a América Latina, trazendo soluções para cibersegurança e transformação digital, e será palco de debates sobre tendências, desafios e avanços mais promissores em comunicação e conectividade.

A programação conta com CEOs e executivos de empresas como Bayer, BradescoGrupo BoticárioNaturaSiemensVTal, entre outras. Representantes do setor público, como membros do Ministério das Comunicações, também estão confirmados. Entre os convidados especiais, o evento terá ainda as participações do piloto Rubens Barrichello e do jornalista Ernesto Paglia.

O IEEE:

Com uma rede global de mais de 486.000 engenheiros e especialistas — sendo 5.000 deles no Brasil — atuando em diversas áreas, o IEEE uma de suas principais missões é desenvolver soluções inovadoras que contribuam para um planeta mais sustentável.

O jornalista viajou a convite do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE)