ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou a decisão do Tribunal do Júri de Niterói que havia absolvido Rayane dos Santos, neta biológica de Flordelis, e Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos da ex-deputada, pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo.
Em decisão da última quinta (4), os desembargadores entenderam que a absolvição foi contrária às provas dos autos. Com isso, os três serão submetidos a novo julgamento.
O advogado Rodrigo Faucz, que representa a família, disse nesta terça (9) que vai recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
“Esperamos que o STJ reverta essa decisão e que confirme as absolvições”, afirmou à reportagem. “As anulações foram lamentáveis, pois os jurados entenderam que eles não participaram do homicídio, o que foi totalmente compatível com as provas apresentadas pela defesa durante o julgamento”, completou Faucz.
O colegiado ainda negou o recurso da defesa da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, 62, e manteve a condenação a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo.
No júri, realizado em novembro de 2022, Flordelis foi condenada por ser mandante do homicídio qualificado -motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também foi considerada culpada por tentativa de homicídio com uso de veneno, falsificação de documento e associação criminosa armada. A ex-deputada está presa desde agosto de 2021 na penitenciária feminina Talavera Bruce, no Rio.
Os desembargadores também mantiveram a condenação de Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.
O pastor foi morto em 2019, em Niterói, na região metropolitana do Rio, com 31 perfurações de arma de fogo, nove delas na região pélvica. Antes, procurou o hospital por oito vezes com dores no estômago, que seriam de tentativas de envenenamento por chumbinho.
A investigação apontou que a motivação para o crime foi a disputa da quantia arrecadada pela igreja liderada por Carmo e Flordelis, de cerca de R$ 180 mil por mês. A ex-deputada nega as acusações.