A intervenção artística “Dança em Cadeira de Rodas”, com a bailarina e coreógrafa Thays Reis, técnica em gestão cultural da Fundação Cultural do Estado do Pará e diretora artística da companhia Do Nosso Jeito, é um dos assuntos da Arena Multivozes nesta segunda-feira, 29, às 9h30, na Feira Pan- Amazônica do Livro, no Hangar. Além do bate-papo sobre a temática, o público presente vai poder acompanhar um trecho do espetáculo “Sonho Antigo”, apresentado por alunas da oficina de dança em cadeira de rodas da Fundação Curro Velho.
Feira do Livro abre com recorde de público
“Elas vão dançar um trecho de um espetáculo que foi apresentado pela iniciação artística do Curro Velho no ano passado, que foi o espetáculo ‘Sonho Antigo’. Elas apresentarão os pássaros livres, estarão todas caracterizadas de ararinhas e vão dançar na cadeira de rodas”, conta Thays Reis.
Tudo começou no Curro Velho
A coreografia apresentada foi montada pela instrutora Jennifer Soares, que ministrou a oficina no Núcleo de Oficinas Curro Velho (Fundação Cultural do Pará) em junho. “Nós já ofertávamos várias oficinas direcionadas à perspectiva da arte e inclusão. Mas a oficina de dança em cadeira de rodas foi a primeira idealizada por mim, enquanto técnica da fundação, para atingir esse público de crianças com deficiência física, usuárias de cadeira de rodas. E está dando supercerto, o público está crescendo e hoje aconteceu uma coisa muito interessante: as matrículas estão abertas no Curro Velho e crianças típicas, ou seja, crianças sem deficiência física, estão buscando pela oficina”, conta Thais.
Curro Velho abre inscrições para oficinas
Oficina de dança inclusiva está com inscrições abertas
Thays explica que isso aconteceu porque as crianças assistiram ao espetáculo no final de junho – apresentado durante a festa junina do Curro Velho, como culminância das atividades do primeiro semestre – e isso despertou nelas a vontade de aprender a dançar em cadeira de rodas.
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“E como é uma oficina de inclusão, a gente não pode excluir. Elas acharam bonito, trabalho interessante, isso é uma quebra de tabu. Desde criança eles estão aprendendo que é o respeito para com o outro e percebendo que a cadeira de rodas para elas é um elemento que ajuda a dançar, e que faz também um trabalho artístico muito belo, embora não utilizando os próprios pés para dançar. Usam a cadeira como uma órtese, como uma tecnologia assistiva. Como se fossem patins, por exemplo, que te desse acesso a praticar uma modalidade”, compara Thays.
Grupo vai participar de Campeonato Brasileiro de Dança em Cadeira de Rodas
Sofia de Melo, Stheffane Mota, Alba Lee, Victória Maia e Itainara Ferreira, que se apresentam hoje na programação da feira, também fazem parte da Companhia Do Nosso Jeito Kids. A companhia representará o Pará no Campeonato Brasileiro de Dança em Cadeira de Rodas, em Minas Gerais, no dia 27 de setembro.
“Elas foram convidadas pelo técnico da companhia ‘Do Nosso Jeito’, Ricardo Reis, para representarem o Pará no Campeonato Brasileiro. É a primeira vez que o Pará estará levando crianças para essa competição. Nós já participamos com a companhia com os adultos em várias edições desse campeonato e também de vários campeonatos internacionais, como Copa do Mundo, e até mesmo campeonatos mundiais. Mas é a primeira vez que nós estamos levando crianças para o Campeonato Brasileiro”, conta Thays.
E como é a primeira vez, está sendo tudo muito mais difícil para a equipe tentar conseguir concretizar essa etapa. A equipe precisa de apoio para hospedagens e alimentação, por exemplo.
“Nós não temos nada ainda para a hospedagem, as mães estão correndo de forma independente, fazendo rifa, tudo voltado com esse fim, mas nada ainda concretizado. Também precisamos de ajuda para alimentação e para as próprias mães chegarem até lá, porque são crianças e precisam de muitos cuidados específicos. Elas precisam de um acompanhamento de um adulto responsável, então está sendo bem complicado também para gente conseguir as passagens aéreas das próprias mães. A gente ainda não tem nem a metade dos recursos necessários para realizar essa viagem”, pontua Thays.
Equipe precisa de ajuda para viajar
Quem puder ajudar a equipe a chegar ao campeonato pode doar qualquer quantia através do Pix da companhia, CNPJ – 41.910.786/0001-61 (Do Nosso Jeito kids) ou entrar em contato com o diretor técnico Ricardo Reis através do telefone (91) 98069-7505.
(Reportagem de Aline Rodrigues)
