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Familiares do voo da Voepass que caiu em Vinhedo decidem criar associação

Familiares do voo da Voepass que caiu em Vinhedo decidem criar associação Familiares do voo da Voepass que caiu em Vinhedo decidem criar associação Familiares do voo da Voepass que caiu em Vinhedo decidem criar associação Familiares do voo da Voepass que caiu em Vinhedo decidem criar associação
O avião é um ATR 72-600, modelo semelhante ao que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo (SP), provocando a morte de 62 pessoas.
O avião é um ATR 72-600, modelo semelhante ao que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo (SP), provocando a morte de 62 pessoas.

Os familiares das 62 vítimas do voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) no dia 9 de agosto, decidiram que vão criar uma associação ainda sem nome definido para acompanhar todo o processo de investigação do acidente e prestar assistência às famílias.

Decisão de criar associação foi definida em reunião realizada na quarta-feira (28). Após o acidente, os familiares criaram um grupo e se reúnem virtualmente para debater sobre o andamento do processo.

Objetivo da associação é garantir todos os direitos aos familiares das vítimas. “A gente entende que tem que ter um caminho próprio e a associação traz uma autonomia para que a gente consiga acompanhar melhor toda a investigação”, explicou Maria de Fátima Albuquerque, mãe da médica residente em oncologia do Hospital do Câncer de Cascavel, Arianne Albuquerque Risso, que morreu após a queda de um avião em Vinhedo.

Famílias também desejam representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses de seus associados. “Vamos exigir a apuração em todas as esferas administrativas e judiciais, cível e criminal, das causas que levaram à queda do avião da empresa Voepass.

Também queremos auxiliar os familiares das vítimas do voo 2283 a obter junto ao poder público e aos responsáveis pelo evento todas as informações pertinentes sobre o sinistro, bem como o apoio ao reconhecimento de seus direitos”, acrescentou Maria de Fátima.

Representantes da associação serão definidos em assembleia. “O próximo passo é fazer uma eleição interna”, disse a mãe da médica Arianne Albuquerque Risso.
Familiares planejam processar a União, acionando na Justiça a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Latam e a Voepass. A Latam tem um acordo de codeshare com a Voepass. Ou seja, passageiros podem comprar viagens pela Latam e viajar em voos operados pela Voepass.

O acordo faz com que a Latam seja corresponsável pelo serviço prestado, dizem especialistas ouvidos pelo UOL. Em nota, a Latam esclareceu que “a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional”. Isso inclui “o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências”. A empresa disse ainda o cliente é avisado de que o voo será operado por outra companhia. O aviso ocorre “já no momento da busca pela passagem, antes mesmo do cliente decidir pela compra”.

FAMILIARES VÃO A BRASÍLIA ACOMPANHAR DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO

Familiares vão a Brasília acompanhar divulgação de relatório
A maioria das famílias das vítimas do voo vão viajar para Brasília para acompanhar divulgação de relatório preliminar. Após pedido do Ministério Público, Voepass vai custear a viagem de dois representantes por vítima.

Relatório preliminar sobre motivo da queda do avião da Voepass será divulgado pela FAB no dia 6 de setembro. A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) fará uma entrevista coletiva, às 17h (horário de Brasília), para divulgar o relatório preliminar sobre a queda do avião em Vinhedo.
A coletiva acontecerá em Brasília e abordará o andamento das investigações do caso.

Investigadores do Cenipa e o chefe do centro, o brigadeiro Marcelo Moreno, estarão na entrevista coletiva. “A FAB ressalta que o relatório final da investigação será divulgado no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência. Quando concluído, o relatório final será publicado no site do Cenipa”, finalizou.

RELEMBRE O CASO

Avião decolou às 11h50 de Cascavel (PR) e pousaria às 13h45. O modelo ATR 72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Todos morreram.
Aeronave despencou quase 4.000 metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

Passageiros podem ter sido avisados. O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, responsável pela identificação das vítimas, afirmou na quinta-feira (15) que a preservação das mãos da maioria dos passageiros mostra que eles podem ter sido alertados sobre a queda.
Casas de condomínio residencial foram atingidas após a queda. O Corpo de Bombeiros mandou sete equipes para a rua João Edueta. Em imagens gravadas por moradores da região do Distrito Industrial, é possível ver o momento em que a aeronave despenca.

Extração dos dados das caixas-pretas foi concluída no último dia 13. A FAB (Força Aérea Brasileira) anunciou que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) havia concluído a extração das informações dos dois gravadores de voo. O conteúdo foi extraído no Labdata (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo), em Brasília, onde é feita agora a análise dos dados.

No momento, os agentes do Cenipa analisam as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos. São examinados componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros.

Versão sobre gelo acumulado na fuselagem ter causado perda de sustentação, admitida pela Voepass, não é confirmada e nem descartada pelos investigadores. Eles dizem que o trabalho está só começando e é precoce apontar causas.

Polícia Federal de Campinas vai concentrar investigação criminal. A investigação penal sobre o acidente será conduzida pela PF em Campinas, que contará com a colaboração da Polícia Civil. A informação é do delegado Édson Geraldo de Souza, chefe da Polícia Federal na cidade, ao UOL. Na última segunda-feira (26), a PF começou analisar os dados de componentes e caixas-pretas do ATR 72-500 da Voepass.